ESPAÇO QUE VISA ESCLARECER, INFORMAR, DISCUTIR E FACILITAR O ACESSO A ASSUNTOS PERTINENTES A PSICOLOGIA E A SAÚDE. ENTRE E SEJA BEM-VINDO!
domingo, dezembro 18, 2011
CITAÇÃO DO DIA
"Mas se eu esperar compreender para aceitar as coisas – nunca o ato de entrega se fará. Tenho que dar o mergulho de uma só vez, mergulho que abrange a compreensão e sobretudo a incompreensão. E quem sou eu para ousar pensar? Devo é entregar-me. Como se faz? Sei porém que só andando é que se sabe andar e – milagre – se anda."
Clarice Lispector
terça-feira, dezembro 13, 2011
AFINAL, O QUE É ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL?
“Mais fácil aprender a fazer algo de que se gosta ,
do que aprender a gostar de algo que se faz bem”
Eliseu Neto
Segundo dados da Folha de São Paulo , apenas 42% dos estudantes brasileiros de ensino superior conseguem completar a faculdade. Segundo dados do Censo da Educação Superior 2003, há uma crescente defasagem entre o número de pessoas que entram nas universidades e que terminam seu curso.
Ao comparar, a partir dos microdados do Censo do IBGE de 2000, a profissão de 3,5 milhões de trabalhadores formados em 21 áreas diferentes, os pesquisadores descobriram que a maioria deles, mais precisamente 53%, está hoje numa profissão distinta daquela para a qual se preparou. A situação varia conforme a carreira. Em enfermagem, o índice é de 84%. Em geografia, é de só 1%.
Fazendo a soma desses fatores, conseguimos atribuir que somente ¼ das pessoas que escolhem uma profissão, irão realmente trabalhar naquilo que escolheram, outros ¾ vão escolher outros caminhos profissionais.
Logicamente sabemos que a escolha profissional, não é algo rígido, que essas mudanças podem acontecer e são absolutamente “normais”. O que nos preocupa é o grande número em que isso acontece no Brasil.
Um dos grandes fatores para esses dados, é a falta de uma adequada orientação profissional.
Temos uma visão distorcida, de que somente quem tem dúvidas sobre a profissão é que deve buscar auxilio. Enquanto na realidade a ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL é uma medida preventiva, que visa auxiliar o jovem no processo de maturação em relação à escolha. Muitas vezes o jovem pensa que não tem dúvidas, por que não verificou todas as possibilidades e tem uma relação fantasiosa com àquela profissão desejada.
No Brasil temos mais de 200 cursos universitários, somados com os novíssimos cursos de Tecnólogos e ainda os cursos técnicos, sem falarmos das profissões informais (O Ministério do Trabalho, através da Classificação Brasileira de Ocupações cita 2.422 profissões). Isso tudo, somado a uma cada vez mais precoce entrada na Universidade gera essa dificuldade em escolher.
Assim, um adolescente de 16 anos, vê-se na situação de escolher entre todas essas possibilidades. Sem um processo adequado de ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL, ele acaba escolhendo aquelas que conhece mais, ou as mais prestigiadas.Prova disso é que Levantamento do Instituto Nacional de Educação Superior (Inep), do MEC, mostra que apenas seis cursos representaram 52,2% do total de matrículas em 2004: administração (14,9%, com 620.718 matrículas), direito (12,8% e 533.317), pedagogia (9,3% e 388.350), engenharias (5,9% e 247.478), letras (4,7% e 194.319) e comunicação (4,6% e 189.644).
quarta-feira, novembro 16, 2011
Constelação familiar é religião?
A resposta é Não. Constelação sistêmica é uma intervenção terapêutica que visa o restabelecimento do fluxo amoroso dentro de todos os sistemas humanos. Bert Hellinger diz que esta é uma ciência do amor do espírito, a ciência universal das ordens da convivência humana, começando pelas relações nas famílias, ou seja, pelo relacionamento entre homem e mulher e entre pais e filhos, incluindo sua educação, passando pelas ordens no âmbito do trabalho, na profissão e nas organizações, chegando até as ordens entre grupos extensos como, por exemplo, povos e culturas.
Confundir este conceito, assim como o trabalho com religião é um equívoco. Talvez o mesmo que nossos índios cometeram quando Cabral chegou ao Brasil e acreditaram que os grandes barcos, assim como os espelhinhos e todos os apetrechos trazidos pelos portugueses eram coisas dos deuses.
A mente expandida permitindo o acesso às memórias pertinentes ao campo do cliente, entendendo campo como as condições que possibilitam a organização típica e as atividades específicas de cada sistema vivo; a representação dos mortos como parte dos emaranhamentos da família e todas as sensações que as pessoas manifestam em uma constelação, muitas vezes fazem com que se pense que constelação é religião.
O espírito é tudo aquilo que nos conecta, nos liga enquanto seres humanos. Dentro do campo sistêmico, entendemos que o inconsciente coletivo, enquanto parte da psique, está presente na vida da pessoa de modo invisível, sendo diferente do inconsciente pessoal, pois sua existência não está ligada às experiências pessoais. O inconsciente coletivo abarca todas as experiências de todas as pessoas da família, seguindo também as experiências de todas as famílias humanas, ou seja, de toda humanidade. E ele não distingue vivos e mortos. Portanto, o fato de se lidar com os mortos nas constelações, não significa espiritismo, como pensam alguns, mas com os arquétipos, com as repetições, com o que se mostra como padrão dentro dos sistemas humanos. Padrões que se repetem como sofrimento, como elementos limitadores à vida e à felicidade.
É uma pena que se confunda constelação com religião, pois este tipo de preconceito impede que conflitos pessoais possam ser olhados e, certamente, gera mais sofrimentos a esse tipo de crente. Assim como o medicamento é utilizado para tratar e até curar uma dor física, as constelações sistêmicas se prestam a tratar e até curar problemas sistêmicos, familiares ou organizacionais que se apresentam como sofrimentos para o ser humano.
Escrito por Ana Lúcia Braga
sexta-feira, setembro 09, 2011
Espere seu bebê querer nascer
Alguns estados americanos estão criando regras para que o parto cesárea não seja mais feito antes das 39 semanas. Saiba por que é importante entrar em trabalho de parto e veja quais são os riscos de agendar a data da cesárea - para você e para o seu filho também
Ana Paula Pontes e Isis Coelho
Sim! Alguns dias fazem muita diferença na vida do bebê. É claro que existem exceções quando a gestação passa das 39 semanas ou, então, quando há realmente um motivo médico para que umacesárea seja feita. No entanto, o aumento exponencial do número de cesáreas eletivas (aquelas realizadas sem nenhuma necessidade), tendo como consequência bebês comproblemas, tem engatilhado uma série de alertas dos médicos sobre essa irresponsabilidade – no Brasil e no exterior.
Nos Estados Unidos, segundo noticiou a Time, hospitais na Georgia, Flórida e Ohio vêm discutindo sobre o parto cirúrgico feito antes de 39 semanas. No Texas, por exemplo, para limitar os partos antes dessa época, uma legislação começou a entrar em vigor no dia 1o deste mês. Mas será que esse é mesmo o melhor caminho?
Para Alexandre Pupo Nogueira, ginecologista e obstetra do Hospital Sírio-Libanês (SP), esse tipo de lei significa um descrédito total da medicina. “Não deveria ter uma norma, e sim moral de todos os médicos. É ensinado em qualquer faculdade de medicina os aspectos fisiológicos do bebê na gravidez (e os riscos de ele nascer fora da hora). Então qualquer cesárea agendada sem razão e que resulte em alguma situação com o bebê é passível de processo”, diz. E reforça: “O que acontece é que, na maioria das vezes, por conveniência de algumas mães e médicos sempre há uma justificativa, mesmo que errada.”
Segundo Eduardo Zlotnik, ginecologista e obstetra do Hospital Albert Einstein (SP), apesar do viés desse tipo de ação dos hospitais americanos ser mais no sentido de proteção e responsabilidade legal, a consequência é boa para o bebê. “Criou-se uma cultura de que o bebê está pronto com 37 semanas, porque para fins de trabalhos científicos não consideramos prematuro a partir dessa época. Só que o momento ideal de ele nascer é quando a mulher entra em trabalho de parto, nunca antes disso”, reforça Alexandre.
Nos Estados Unidos, segundo noticiou a Time, hospitais na Georgia, Flórida e Ohio vêm discutindo sobre o parto cirúrgico feito antes de 39 semanas. No Texas, por exemplo, para limitar os partos antes dessa época, uma legislação começou a entrar em vigor no dia 1o deste mês. Mas será que esse é mesmo o melhor caminho?
Para Alexandre Pupo Nogueira, ginecologista e obstetra do Hospital Sírio-Libanês (SP), esse tipo de lei significa um descrédito total da medicina. “Não deveria ter uma norma, e sim moral de todos os médicos. É ensinado em qualquer faculdade de medicina os aspectos fisiológicos do bebê na gravidez (e os riscos de ele nascer fora da hora). Então qualquer cesárea agendada sem razão e que resulte em alguma situação com o bebê é passível de processo”, diz. E reforça: “O que acontece é que, na maioria das vezes, por conveniência de algumas mães e médicos sempre há uma justificativa, mesmo que errada.”
Segundo Eduardo Zlotnik, ginecologista e obstetra do Hospital Albert Einstein (SP), apesar do viés desse tipo de ação dos hospitais americanos ser mais no sentido de proteção e responsabilidade legal, a consequência é boa para o bebê. “Criou-se uma cultura de que o bebê está pronto com 37 semanas, porque para fins de trabalhos científicos não consideramos prematuro a partir dessa época. Só que o momento ideal de ele nascer é quando a mulher entra em trabalho de parto, nunca antes disso”, reforça Alexandre.
Tem que esperar, sim!
Logo na primeira consulta com o obstetra, você fica sabendo em qual provável semana seu bebê vai nascer, certo? E aí já começa a planejar o enxoval, a calcular de que signo ele vai ser, ver se o aniversário dele será perto de algum feriado... Até aí, tudo bem. O problema é que muitas mulheres acabam usando essa estimativa para agendar a data do parto e fazer a chamada cesárea eletiva. Com medo do parto normal, por falta de orientação profissional ou até mesmo por comodidade, a data do nascimento, muitas vezes, acaba sendo decidida previamente. E, se por um lado isso ajuda a família a organizar a chegada do bebê, por outro, a data fixa pode levar ao parto antes do tempo ideal porque não se pode descartar um possível erro no cálculo gestacional.
“É importante esperar que a mulher entre em trabalho de parto pois isso indica a maturidade do bebê e evita maiores complicações tanto para a mãe quanto para a criança”, afirma Wladimir Taborda, doutor em medicina pela Universidade Federal de São Paulo, colunista da CRESCER e autor de A Bíblia da Gravidez (CMS Editora). Se o parto for antes da hora, a criança pode desenvolver problemas respiratórios e, até mesmo, ter de passar alguns dias em uma UTI neonatal para compensar o período em que deveria ter ficado no útero.
Uma recente pesquisa mostra consequências ainda mais graves. Conduzido por cientistas da March of Dimes Foundation, organização não governamental norte-americana que encabeça diversas campanhas contra o nascimento prematuro nos Estados Unidos, o estudo analisou 46 milhões de partos. Os pesquisadores concluíram que o risco de morte é maior para os que nascem antes da 39ª semana em comparação com aqueles que chegam até o final da gestação. A taxa de mortalidade infantil foi de 3,9 para cada mil bebês nascidos vivos a partir da 37ª semana, e de 1,9 para na 40ª semana. Como você viu, mesmo que ele não seja prematuro (ou seja, nasça antes da 37ª semana), não significa que esteja pronto. E, como a cesárea é uma cirurgia, a mãe também corre riscos, como infecção, laceração acidental de algum órgão abdominal, trombose, embolia pulmonar ou hemorragia.
Ninguém está dizendo para se deixar de fazer cesáreas. Esse é um procedimento que salva vidas mas, segundo especialistas, só deve acontecer raramente (veja o quadro) . Em casos de diabetes gestacional ou problemas de pressão arterial, o médico também precisa avaliar. Caso vocês cheguem à conclusão que a cesárea é mesmo necessária, espere pelo menos o seu bebê indicar que quer nascer. O ideal é aguardar pelas contrações (que podem acontecer até a 42ª semana), sempre com acompanhamento do obstetra.
Quando a mulher entra em trabalho de parto, o bebê passa por uma preparação para nascer que começa com as contrações uterinas. Elas funcionam como um alerta para a criança, que passa a liberar substâncias para o amadurecimento final do próprio organismo, como o hormônio corticoide, que age no pulmão – se você estiver em trabalho de parto e for preciso uma cesárea de emergência, a criança já vai estar com o organismo mais pronto. Além disso, o seu corpo também estará mais preparado para amamentar graças a hormônios liberados no trabalho de parto. A segunda etapa ocorre no parto. Quando o bebê passa pelo canal vaginal, os pulmões dele sofrem uma compressão que ajuda a eliminar líquidos e fluídos que possam causar algum desconforto respiratório posterior. É por tudo isso que não vale a pena agendar uma cesárea.
Se você ficou aflita porque agendou o parto do seu bebê ou se estava pensando nessa possibilidade, tente manter a calma: você ainda tem tempo. A primeira atitude é conversar com seu companheiro e com o médico que acompanha você. Diga que deseja esperar pelo trabalho de parto. Como você viu, desde que suas condições de saúde e do bebê estejam normais, não há motivo para desistir. E aproveite para discutir com ele sobre o tipo de parto. Se você não ficar convencida que ele vai tentar o parto normal, veja se não é o caso de procurar a opinião de outro especialista ou até trocar de médico. “Bons profissionais estimulam uma segunda opinião e, inclusive, essa pode ser uma prática saudável para ajudar a diminuir a incidência de cesáreas eletivas no país”, afirma Taborda.
A CESÁREA É INDICADA QUANDO... • Há sofrimento fetal ou o bebê tem problemas de crescimento. • Há placenta prévia (quando essa se interpõe entre o bebê e o colo do útero) ou deslocamento prematuro de placenta. • Existe uma obstrução vaginal (tumor). • A mãe tem herpes genital e a lesão está ativa até um mês antes do parto. • Em casos de gestações múltiplas (não é regra). • A abertura da mãe for pequena para o tamanho do bebê. • A criança está na posição atravessada ou deitada e não foi possível virá-la para a correta. |
Por que tantas cesáreas?
O Brasil, infelizmente, é campeão nesse ranking. Enquanto para a Organização Mundial da Saúde o índice aceitável seria 15%, dados do Ministério da Saúde mostram que no Sistema Público de Saúde ela representa 37% dos partos, e pasme: em alguns dos hospitais mais renomados de São Paulo, o número pode ultrapassar a casa dos 90%, segundo dados do Sistema de Informações de Nascidos Vivos da Prefeitura de São Paulo. São multifatoriais as causas que justificam esses altos números.
É verdade que existem casos de mulheres que já chegam na primeira consulta dizendo que não querem tentar parto normal porque ouviu da prima de um amigo que uma mulher teve muita dor durante o parto normal. “O médico não pode se calar diante dessa situação. É preciso conversar com o casal e mostrar que muitos dos temores são infundáveis, e isso deve acontecer durante todo o pré-natal”, afirma Eduardo Souza, obstetra, da Universidade Federal de São Paulo. Mas não se pode dizer que as gestantes são as únicas responsáveis por essa situação.
Os estudos, aliás, contradizem essa percepção. Eles mostram que o parto natural faz parte dos planos da maioria no início da gestação, mas elas acabam desistindo da ideia por falta de informação ou desestímulo do médico que a acompanha ou familiares. Luciana Ivanike Isolani, 30 anos, conta que durante sua primeira gestação nem cogitou a possibilidade de tentar o parto normal. “O médico me desencorajou durante todo o pré-natal dizendo que eu não teria dilatação suficiente. Me senti completamente incapaz.”
Um motivo que explica esse grande número de cesáreas é que esse é um procedimento em que os médicos se sentem no controle da situação, justamente por ser uma cirurgia. “Os profissionais se sentem mais seguros”, afirma Gene Declercq, professor doutor do Departamento de Ciências da Saúde Comunitária da Universidade de Boston (EUA). Outro aspecto é a praticidade, tanto para as mães quanto para os obstetras. O médico consegue se organizar para fazer mais de um parto em um só dia, e não ficar horas acompanhando um único trabalho de parto. “Não é raro que a operação aconteça em dias úteis e em horário comercial, o que reforça a comodidade do agendamento. É comum ocorrer picos de cesáreas em vésperas de feriado”, afirma Maria Esther Vilela, obstetra, coordenadora do Departamento de Saúde da Mulher do Ministério da Saúde.
E ainda tem um dos pontos mais polêmicos, o fator financeiro. “Por ser uma cirurgia, a cesárea gera um custo maior e, consequentemente, paga melhor”, afirma Souza. A Agência Nacional de Saúde Suplementar afirmou à CRESCER que o fator cultural, ou seja, a mulher não querer o parto normal, é o determinante para o cenário atual, e não apenas a remuneração dos médicos. Mas, com a data agendada, o especialista tem outra vantagem: ele não precisa perder as consultas do consultório.
Para mudar esse cenário, nos últimos anos a humanização dos partos passou a ser discutida por diferentes setores da sociedade. De acordo com Declercq, para que seja realmente significativa, a mudança deve ir além de questões estruturais. “Colocar fotos bonitas na parede e melhorar a cortina do quarto não é suficiente para definir a humanização do parto. É preciso que os profissionais transformem suas práticas, respeitando as decisões da mulher, as encorajando e interferindo somente quando necessário.” Para que você faça a melhor escolha, informação e confiança no seu médico é que vão fazer a diferença. Não queira nada menos que o melhor para você e para o seu bebê.
BENEFÍCIO DO PARTO NORMAL PARA A MÃE Você já conhece vários motivos, não é? Uma pesquisa norte-americana revelou mais um: mulheres que entram em trabalho de parto e têm os bebês pelo método natural se sentem mais seguras e tranquilas do que as que fazem cesárea. |
Outras fontes: A Bíblia da Gravidez (CMS Editora); Arthur Habib, anestesista do Hospital São luiz (SP); Melania Amorim, professora de ginecologia e obstetrícia da Universidade Federal de Campina Grande (PB).; Martha Oliveira, gerente geral de regulação assistencial da Agência Nacional de Saúde Suplementar
Fonte Revista Crescer:
http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI263731-10584,00-ESPERE+SEU+BEBE+QUERER+NASCER.htmlFonte: Revista Crescer -
sexta-feira, julho 29, 2011
Desanimado e insatisfeito com seu trabalho? Fique atento! Você pode estar com a SÍNDROME DE BURNOUT - por Joice Pacheco - psicóloga
Trabalho nem sempre significa crescimento, reconhecimento ou fonte de satisfação. Muitas vezes causa desinteresse, irritação e exaustão. E até mesmo, em casos mais graves, pode desencadear a Síndrome de Burnout.
A Síndrome de Burnout é uma das doenças causadas pelo trabalho, que apenas na década de 70, nos EUA, obteve teorias e instrumentos capazes de entendê-la.
Os sintomas de Burnout são físicos e comportamentais e vão desde o estresse ocupacional, esgotamento físico e mental, até ao sentimento crônico de desânimo, apatia, despersonalização e exaustão emocional, que resulta num desequilíbrio da saúde do profissional.
O indivíduo perde o sentido da sua relação com o trabalho, de forma que as coisas já não o importam mais e qualquer esforço lhe parece ser inútil. Assim, este passa a ter umcontato frio e impessoal, até mesmo cínico e irônico, com as pessoas envolvidas em seu trabalho como clientes, pacientes, alunos, etc.
Pode-se dizer então, que a síndrome de Burnout envolve 3 componentes principais:
1. Exaustão emocional: o indivíduo percebe que sua energia e seus recursos emocionais estão esgotados e que por isso não pode dar mais de si mesmo a nível afetivo. Há um desgaste emocional diário que o leva a exaustão.
2. Despersonalização: o indivíduo começa a desenvolver sentimentos e atitudes negativas na relação com as pessoas destinatárias do seu trabalho, gerando um enrijecimento afetivo e prejudicando a relação. Isso ocorre quando o vínculo afetivo é substituído por um vínculo racional. Trata-se de um estado psíquico em que prevalecem sentimentos de cinismo ou dissimulação afetiva, com presença de crítica exacerbada de tudo e de todos.
3. Falta de envolvimento pessoal no trabalho: tendência de uma “evolução negativa” no trabalho que afeta a habilidade para a realização do mesmo. Pode ser entendida como uma baixa realização pessoal no trabalho em que o investimento afetivo das relações se perde.
Segundo alguns estudos, a Síndrome de Burnout ocorre, principalmente, nas profissões que trabalham em contato direto com pessoas, em prestação de serviço e/ou em funções que exigem contato direto e excessivo com outras pessoas que necessitam de algum tipo de cuidado.
Atualmente, as observações se estendem a todo profissional que interage de forma ativa com pessoas, que cuida e/ou soluciona problemas de outras pessoas e que obedece a técnicas e métodos mais exigentes.
É importante ressaltar que os sintomas de Burnout, em geral, podem ocorrer como respostas possíveis ao estresse laboral crônico, para um trabalho estressante, frustrante ou monótono. Ou até mesmo devido à discrepância entre o que o trabalhador oferece, isto é, o que ele investe no trabalho, e aquilo que ele recebe como o reconhecimento de superiores, dos colegas, etc.
Alguns autores associam determinadas características de personalidade a uma maior vulnerabilidade de o profissional sucumbir ao Burnout, mas tal hipótese não obteve muito sucesso. O que foi possível demonstrar é que indivíduos altamente centrados no trabalho e que fazem dele o objetivo único de suas vidas estão mais propensos a entrar em Burnout visto que não há investimento em outras esferas da vida.
Portanto, pode-se perceber que a Síndrome de Burnout está ligada às relações laborais e organizacionais, que com o passar do tempo leva a pessoa a diversos desgastes em sua vida, tanto pessoal quanto social e profissional. Dessa forma, é importante que se compreenda a seriedade desta Síndrome e que se oriente a população “alvo” de seus sintomas e conseqüências.
Além disso, as instituições devem estar alertas e se possível desenvolver medidas preventivas, tais como palestras, dinâmicas de integração e exercícios para descontração e relaxamento dos funcionários. Assim como medidas de apoio dentro da própria instituição, também são fundamentais para que as pessoas possam buscar informações e tratamento para seu restabelecimento. Isso tudo pode ser facilitado pela presença de um psicólogo dentro das organizações.
Dessa forma, a empresa não estará apenas trabalhando a prevenção da Síndrome, mas também contribuindo para o bem estar do trabalhador em seu ambiente de trabalho e consequentemente evitando quaisquer prejuízos futuros que possam ocorrer para a organização, proporcionando assim, uma troca mais funcional e saudável entre colaboradores e empresa!
sábado, julho 16, 2011
Dúvidas Frequentes sobre Constelações
1-O que é um sistema ? Sistema é um grupo de pessoas ou coisas, que permanecem unidos ou vinculados, em função de um interesse comum ou forças que os permeiam, independente de que tenham consciência ou não. 2-O que é uma postura fenomenológica ? É uma postura interna onde a pessoa se isenta de qualquer interpretação, julgamento, conhecimento prévio ou intenção e passa a observar e acompanhar os fenômenos do que jeito que se apresentam com total presença. 3-Tenho que contar tudo o que se passou com a minha família? Não. Por vezes não é necessário contar nada. A constelação move-se por si só e a solução é encontrada sem intervenção do facilitador. Contudo, nem sempre isto acontece. Normalmente, o facilitador coloca algumas questões sobre a história da família, às quais, o cliente deve responder de uma forma objetiva. Os emaranhamentos familiares são por vezes tantos, que várias sessões de terapia são necessárias. Apesar disto, o facilitador focaliza-se sempre na resolução do tema apresentado pelo cliente, naquele momento. Normalmente, quando o facilitador se apercebe que existe algo de muito íntimo ou doloroso que vem à superfície, não há necessidade de expor esse acontecimento ao grupo que assiste. Essa dinâmica oculta fica entre o facilitador e o cliente. 4-Posso participar no workshop, só como assistente? Sim. Essa é uma das formas possíveis de participar; uma outra será como representante dos membros das famílias das pessoas que colocam a sua própria constelação; e a outra, colocando a sua própria Constelação Familiar. Temos no entanto constatado, que as pessoas que participam "só" como assistentes, usufruem bastante do workshop, não só pelo enfoque clareador da terapia, mas também porque existem sempre casos que espelham dinâmicas existentes nas suas famílias. Os assistentes, trabalham assim, de uma forma indireta. 5-Após a colocação de uma Constelação Familiar os resultados são imediatos? Partindo do princípio que não são omitidas informações relevantes, os resultados são normalmente imediatos na pessoa que coloca a sua Constelação e muitas vezes têm um impacto importante nos membros da família que foram representados, mas, podem também só vir à superfície após algum tempo, claro que, em função do problema que se apresenta e por vezes, em função de já se ter aberto (ou não), as portas da cura com outra terapia. Bert Hellinger (o fundador desta terapia), diz que os movimentos de cura que se desencadeiam após a colocação de uma Constelação, podem demorar até um ano. 6-É verdade que podem vir emoções negativas à superfície? Sim, se essas emoções estiverem reprimidas e forem a causa do sofrimento do indivíduo, é bom que venham à superfície, para que, através de vários métodos que possuímos para as trabalhar, sejam liberadas e o indivíduo se sinta em paz consigo próprio e com o mundo. Podemos dar um exemplo: um indivíduo que tenha tido um filho deficiente pode estar revoltado (na sua profundidade), com o Divino, estando no seu interior a frase "Porquê eu?"; isto pode levá-lo (consciente ou inconscientemente), a ações destrutivas no que diz respeito à espiritualidade em geral (ou em outros sentidos), mas, uma vez reconhecendo a sua profundidade e trazendo essa revolta à superfície, o indivíduo pode transformar o seu mundo interior para melhor. 7-Só pessoas com formação em psicologia podem dirigir workshops de constelações? Temos observado que para se ser um bom facilitador de Constelações Familiares é necessária muita sensibilidade, muita abertura de coração às manifestações dos campos de energia que continuamente se manifestam e sobretudo, ter colocado várias constelações familiares (do próprio sistema) e ter observado o trabalho de diversos outros facilitadores, podendo ser ou não psicólogo. |
terça-feira, junho 28, 2011
CITAÇÃO DO DIA
"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares; É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." Fernando Pessoa
sexta-feira, junho 10, 2011
Caminhos para os casais - segundo Bert Hellinger - Constelações
"Para o êxito do amor existe um processo indispensável, que tem a ver com o respeito pelos mais antigos e com o progresso.
O primeiro passo é este: “Respeito os meus pais e a minha família, e tudo o que vale nessa família”.
O segundo passo diz: “Respeito os teus pais e a tua família, e tudo o que vale em tua família”.
(Outro passo ainda dentro desse é também o respeito a todos os parceiros anteriores seus e do outro. Que todos tenham um lugar de respeito dentro do nosso coração)
O terceiro passo costuma ser doloroso. Ambos os parceiros olham para seus pais e lhes dizem interiormente: “Preciso deixar vocês e me desprender também de muita coisa que era importante para vocês. Preciso deixar o que está em oposição ao que traz o meu parceiro em termos de hábitos, normas, valores, fé ou cultura, e o que me impede de dar prioridade à minha união atual e à minha família atual”.
E, num quarto passo, os parceiros se encaram e dizem um ao outro: “Vamos fazer algo de novo a partir do antigo que trouxemos, algo que acolha e transcenda o que ambos trouxemos, algo de novo que una e que leve ao futuro, e no qual possamos crescer juntos como pessoas autônomas.”
Acessem o artigo completo:
http://www.institutohellinger.com.br/principal/index.php?option=com_content&view=article&id=72:caminhos-para-os-casais&catid=24:textos&Itemid=38
Fonte: Adriana Silvestre
O primeiro passo é este: “Respeito os meus pais e a minha família, e tudo o que vale nessa família”.
O segundo passo diz: “Respeito os teus pais e a tua família, e tudo o que vale em tua família”.
(Outro passo ainda dentro desse é também o respeito a todos os parceiros anteriores seus e do outro. Que todos tenham um lugar de respeito dentro do nosso coração)
O terceiro passo costuma ser doloroso. Ambos os parceiros olham para seus pais e lhes dizem interiormente: “Preciso deixar vocês e me desprender também de muita coisa que era importante para vocês. Preciso deixar o que está em oposição ao que traz o meu parceiro em termos de hábitos, normas, valores, fé ou cultura, e o que me impede de dar prioridade à minha união atual e à minha família atual”.
E, num quarto passo, os parceiros se encaram e dizem um ao outro: “Vamos fazer algo de novo a partir do antigo que trouxemos, algo que acolha e transcenda o que ambos trouxemos, algo de novo que una e que leve ao futuro, e no qual possamos crescer juntos como pessoas autônomas.”
Acessem o artigo completo:
http://www.institutohellinger.com.br/principal/index.php?option=com_content&view=article&id=72:caminhos-para-os-casais&catid=24:textos&Itemid=38
Fonte: Adriana Silvestre
terça-feira, maio 24, 2011
40 desafios que seu filho vai enfrentar até completar 8 anos
CRESCER ouviu 16 especialistas e mostra, nas próximas páginas, cinco novidades que vocês vão descobrir juntos em cada fase
Expectativa. Essa palavra resume bem como os pais se sentem em relação ao desenvolvimento do filho. De uma hora para outra, você vira analista de curvas de crescimento, descobre um mundo de palavras novas (confesse, mecônio – nome do primeiro cocô que o bebê faz – não intregrava o seu vocabulário) e passa a ansiar por toda conquista. Todos os dias surge uma nova, mas algumas merecem mais atenção. CRESCER listou 40 desafios pelos quais seu filho vai passar desde que nasce até completar 8 anos e mostra o estímulo certo que você pode dar em cada um deles, sem exagerar. Não custa lembrar que cada criança tem seu tempo e que, enquanto uns andam primeiro, outros vão falar. Tudo bem se seu filho pular alguma dessas etapas ou se encontrar muita dificuldade em algumas delas. O importante é que você esteja ao lado dele. Afinal, esses desafios vão prepará-lo para a vida adulta e mostram que a criança está se desenvolvendo bem. As oportunidades e o amor que você oferece, somado ao potencial que a criança tem de absorver experiências (e essa geração high-tech é ainda mais rápida), é uma combinação inspiradora para ela aprender. Corra para as próximas páginas e depois para o nosso site, onde preparamos um material especial com mais 40 dicas incríveis!
RETRATOS
Você vai ver esse bebê crescendo nas próximas páginas. Ela é a Marina, filha da fotógrafa Fabiana Devin, que não perde uma oportunidade para registrar o crescimento da menina, hoje com 7 anos
Você vai ver esse bebê crescendo nas próximas páginas. Ela é a Marina, filha da fotógrafa Fabiana Devin, que não perde uma oportunidade para registrar o crescimento da menina, hoje com 7 anos
o a 1 ano
Perceber tudo o que acontece Desde a gravidez, o bebê compreende o que se passa ao seu redor. No útero, reconhece a voz da mãe. Uma pesquisa feita com 60 mulheres no último trimestre de gestação mostrou que assim que as grávidas começaram a ler poemas, o batimento cardíaco dos bebês desacelerou, sinal de que estavam prestando atenção naquele som. Com 4 meses e meio, seu filho presta atenção quando alguém fala o nome dele. Aos 7, diferencia rostos conhecidos e estranhos e prefere segurar um objeto que tenha o cheiro da mãe do que o de outra mulher. Como os movimentos estão mais desenvolvidos, aquela expressão de interesse vai aparecer sempre – livros infantis são um convite, espalhe-os pela casa. A partir do oitavo mês, ele entende o significado da palavra “não” pela mudança no tom de voz e na feição dos pais e sabe quando você escondeu um objeto dele.
Adaptar-se para ficar em pé Um dos requisitos para conseguir dar os primeiros passos é aprender a sentar (a primera etapa desse processo). Com 5 meses, ele ainda precisa da sua ajuda, mas aos 7 já senta sozinho. Para estimulá-lo, você pode colocar o bebê sentado no chão, com almofadas nos lados. Se ele cair, ponha-o sentado de novo. Escolha uma superfície firme para facilitar o equilíbrio – o sofá é macio, mas não ajuda. Dentro de dois meses, ele vai dar sinais que quer andar. A criança começa a se projetar para frente a fim de alcançar alguma coisa que chame sua atenção. O próximo passo é se apoiar nos braços e engatinhar, mas alguns bebês podem pular essa fase (os médicos também afirmam que hoje as crianças demoram mais para engantinhar porque ficam menos tempo no chão). Quando sentir firmeza nas pernas, seu filho vai se levantar e dar os primeiros passos se apoiando nos móveis. Fique de um lado da sala e chame-o para se encontrar com você. Usar brinquedos ou espelhos também funciona, eles atraem a atenção da criança.
Dar um sorriso quando quer Você vai achar que viu seu filho recém-nascido sorrindo e alguém vai falar que bebês não riem tão cedo. Não acredite. Eles sorriem, sim, desde o nascimento, mas não de forma consciente. O sorriso é uma resposta automática do sistema nervoso a um estímulo prazeroso – como quando ouve a voz de alguém conhecido ou recebe um carinho. Com 4 meses, ele ri quando sente vontade (vale fazer muitas cócegas e até dançar com ele no meio da sala!). Além de ser uma delícia de ouvir, essa interação é sinal de um bom desenvolvimento social. Garantia de sucesso nas festinhas!
Entender a ausência da mãe Seu filho vai ter uma sensação parecida com medo por volta dos 8 meses, a mais que conhecida angústia da separação. O nome é mesmo angustiante, mas a explicação é simples. A criança, que até então achava que ela e os pais eram a mesma pessoa, percebe que eles são seres distintos e passa a ter medo de ficar longe de vocês. A brincadeira do cadê-achou e jogar repetidas vezes um objeto no chão ajudam ele a entender que tudo que vai, volta, ou seja, você pode se ausentar, mas sempre vai retornar. Quando sair para trabalhar, por exemplo, diga que você tem que ir e regressa assim que possível.
Conhecer novos sabores Você sabia que o mordedor e outros objetos que seu filho leva à boca estimulam o desenvolvimento do paladar? Quando ele “prova”, percebe que cada coisa tem um gosto diferente, e assim nasce o desejo de continuar experimentando. Aos 7 meses, ele distingue entre os sabores doce, salgado, amargo e azedo. Pesquisas mostram que eles preferem o doce porque é o que mais se assemelha ao leite materno – mas nada de açúcar para criança. Toda vez que ele provar um novo alimento, não espere reação diferente senão a careta. Antes de ser prazeroso, a textura, o cheiro e o gosto são esquisitos. Aos poucos, o estranhamento desaparece. Para facilitar a aceitação, não exagere nos temperos nem misture mais de quatro tipos de alimentos por vez nesse começo.
1 a 2 anos
Andar com firmeza É fácil para quem tem domínio, mas para a criança funciona como uma engrenagem: ela precisa manter a coluna ereta, ter noção de espaço, controle muscular e equilíbrio além de movimentar os pés. Por exigir tanto é que os especialistas estimam que apenas 20% dos bebês caminham com firmeza quando completam 1 ano. Os primeiros passos sem apoio, em geral, acontecem por volta dos 15 meses. Isso não vale para prematuros, que costumam andar tardiamente, nem para bebês obesos que, como mostram as pesquisas, têm dificuldade porque o excesso de peso compromete a coordenação motora. Para todas, porém, a regra é tentar, sempre. Como a curiosidade dele agora é maior, mostre interesse e vasculhem, juntos, cada canto da casa, permitindo que ele descubra novas texturas com os pés e as mãos. Se cair ou tropeçar, o alerta deve vir em tom carinhoso para não desestimular.
Falar as primeiras palavras Quem não se orgulha das primeiras sílabas que o filho babulcia? Segure suas expectativas: o repertório de palavras gira em torno de quatro no primeiro ano, e, aos 18 meses, ele diz algumas frases. Uma pesquisa inglesa mostrou que aprender a falar é mais difícil para os meninos. O estudo, feito com crianças entre 1 e 3 anos, mostrou que a fala está relacionada com a capacidade de controlar emoções, um campo dominado pelas mulheres. A criança aprende a falar ouvindo conversas, tentando imitar os sons e praticando. A ideia não é falar “nenenês”. Ao contrário. Converse com carinho, naquele linguajar meio cantado, mas não infantil. Pesquisas mostram que esse jeito natural de falar ajuda a criança a ensaiar as primeiras palavras. Se ele disser algo errado, não corrija, apenas repita do jeito certo.
Desmamar Se seu filho está para completar 2 anos e ainda mama no peito, é hora de começar o desmame (vai ser um desafio também para você). Alguns bebês começam a rejeitar o peito e os especialistas garantem que o leite materno agora tem um valor nutricional menor, já que a criança tem uma alimentação variada. “A amamentação perde o sentido quando ela começa a ficar independente. É hora da mãe valorizar outros momentos com o filho para não retardar a sua busca por autonomia”, diz a psicóloga Rita Calegari, do Hospital São Camilo (SP) e colunista da CRESCER. Faça o desmame aos poucos. Retire a mamada do horário em que ele sente menos falta e, depois, as seguintes. Se ele apontar ou pedir pelo peito, dê suco ou leite em um copo ou até um pedaço de pão e tente distraí-lo com um brinquedo.
Superar os ataques de birra Você já viu aquela famosa cena de uma criança se jogando no chão e pensou que isso não ia acontecer com você? É melhor não ter convicções sobre isso – os pequenos adoram testar o limite dos pais. A birra aparece quando a criança fica irritada ou porque não consegue se expressar direito (ela não tem maturidade para falar bem) ou porque não tem capacidade emocional para lidar com uma frustração. Independente do motivo, enfrentar um escândalo é superdifícil. Na hora da crise, tente desviar o foco da atenção da criança e, como ela está nervosa, evite conversar. Depois, dê um abraço para mostrar que está tudo bem e, com calma, fale com ela.
Criar anticorpos contra as infecções Inúmeras pesquisas mostram que se sujar ajuda a fortalecer o sistema imunológico. A mais recente delas, da Universidade da Califórnia (EUA), revelou que as bactérias consideradas normais, que vivem na superfície da nossa pele, evitam inflamações quando a criança se machuca. E é nessa idade, quando a criança começa a ter mais contato com o mundo, que esse sistema de proteção trabalha mais. Quando seu filho vai para o berçário, por exemplo, é bem provável que pegue um resfriado de um amigo. Aos poucos, o organismo vai se defendendo melhor – mas não se esqueça das vacinas.
2 a 3 anos
Abandonar as fraldas Vai ser um duplo desafio: para a criança, que vai aprender a fazer isso direito, e para você, que precisa ter (muita) paciência para lidar com todo tipo de imprevisto – como uma escapada de xixi no chão da casa da sogra. Se dependesse só do desenvolvimento fisiológico, a retirada das fraldas poderia ser aos 18 meses, quando a criança já tem controle dos músculos e dos nervos do ânus e da uretra. Mas, para dar certo, ela também precisa ter maturidade emocional para essa transição, geralmente alcançada aos 2 anos. Tirar antes do tempo pode causar problemas, como fazer xixi ou cocô na roupa sempre ou, depois de alguns anos, ter enurese noturna (xixi na cama). Como saber se chegou a hora? Seu filho vai dar alguns sinais. A fralda começa a ser um desconforto, ele chama para avisar que fez xixi ou cocô e agacha para fazer força na hora de evacuar. Aí você pode começar o “treinamento” pela fralda do xixi, de dia. Vale usar desde o vaso com adaptador até o penico. Leve seu filho para usar o banheiro com você e pergunte se ele está com vontade de fazer xixi. Quando essa etapa der certo, comece com a fralda do cocô e, por fim, com a noturna. Todo o processo leva, em média, um mês – e pode incluir resistência e choro.
Correr – e muito mais Depois de tantos tropeços, desquilíbrios e muito bumbum no chão, seu filho vai conseguir se equilibrar em um pé só, pular, correr, subir e descer escadas, escalar cadeiras e o sofá. A parte do cérebro responsável por isso, chamada mielina, praticamente não existe no recém-nascido, mas com 2 anos ela está bem desenvolvida por todo o cérebro, e atinge seu ápice aos 5. Uma pesquisa da Universidade de Montreal (Canadá), mostrou que o pai dá mais liberdade e permite que as crianças explorem mais o ambiente, enquanto as mães tendem a ser superprotetoras. Claro, você precisa incentivá-lo, mas sem deixar de mostrar o perigo.
Aprender a dividir “Somos programados biologicamente para ser egoístas. Faz parte do nosso instinto”, afirma Rita Calegari. É isso mesmo. A gente deixa de ter esse tipo de comportamento para viver em sociedade. Uma pesquisa suíça feita com 229 crianças, entre 3 e 8 anos, mostrou que as menores são as que mais têm dificuldade para compartilhar. Eles entregaram doces para cada uma delas e observaram como as guloseimas seriam divididas. As mais novas não deram um pedaço para ninguém. Uma das explicações é que, para aprender a emprestar, é preciso praticar, e isso acontece com o tempo. A convivência com outras crianças é importante, mas outras situações ajudam também. Você pode propor um dia para que os amigos do seu filho façam trocas de brinquedos e ainda separar, com a ajuda dele, roupas para doar.
Explorar o próprio corpo A saída das fraldas dá a liberdade que a criança precisava para começar a conhecer o próprio corpo. Ela vai querer andar pelada, pode fazer as primeiras perguntas sobre sexo e começar a se tocar. Dar bronca ou repreender não é um bom caminho porque ela pode associar o sentimento de prazer e satisfação com complexo de culpa, e entender que é algo que não deve ser feito nunca. O ideal é explicar para o seu filho o que é público e o que é privado, ou seja, que algumas coisas não podem ser feitas na frente de todo mundo e responder apenas ao que ele perguntar. O interesse é passageiro e não tem nenhum tipo de conotação sexual.
Entrar na escola Se o seu filho ainda não está no colégio, chegou a hora disso acontecer. Lá, mais que um lugar de estudo, é um espaço para outras trocas acontecerem. A criança interage mais, tem noções de responsabilidades e cria vínculos. O principal desafio é ser aceito pelo grupo e, você sabe, não é fácil. Ele tem que vencer a timidez, aceitar novas ideias, ter responsabilidades etc. E, nessa história, ainda tem a sua adaptação. Você vai aprender a lidar com a culpa que pode aparecer por ficar longe dele, a confiar na escola e se sentir seguro para transmitir essa sensação ao seu filho. Uma pesquisa norte-americana, feita com mais de 1.300 crianças, mostrou que aquelas cujos pais se envolviam e se interessavam pela vida escolar tinham um comportamento melhor. Ou seja, sua participação é fundamental.
3 a 4 anos
Comer sozinho A época da bagunça e da sujeira já passou – agora, a comida (ou boa parte dela) sai do prato para a colher e, de lá, direto para a boca. Ainda não é hora de usar garfo e faca porque a coordenação motora fina do seu filho, responsável por esses movimentos, precisa se desenvolver mais para controlar os talheres com segurança. Prefira colheres e pratos de plástico. Durante as refeições, olhando como você usa os talheres, ele tem a oportunidade de imitar e, assim, aprimorar os próprios movimentos.
Tentar entender tudo Ele vai querer saber tudo sobre todas as coisas. A fase dos porquês é sinal de amadurecimento. A criança só faz perguntas quando assimila uma informação e tem curiosidade para saber mais sobre ela. Se você não souber responder – como quando ele vem com uma pergunta sobre os dinossauros – peça ajuda dele para encontrar a resposta. Ele vai adorar!
Passar um dia na casa do amigo Se você costumava deixar seu filho ficar o dia todo na casa de avós e tios, vai ser mais fácil permitir que passe algumas horas na casa de um amigo. Como ele já está acostumado, vai se sentir superseguro. Mas, se essa for a primeira vez que ele vai passar o dia longe, o ideal é que seja na casa de pessoas que a criança tenha alguma familiaridade e que você conhece e confia. Se vocês combinarem que ele também pode dormir lá e, à noite, ele chamar por você, os pais do colega podem avisar e você fala com ele por telefone. Diga que está tudo bem, que é uma experiência nova e que amanhã vocês se encontram. Se a situação for mais delicada (quando ele está chorando muito), o melhor é ir buscá-lo. Conversem no dia seguinte e diga que ele pode tentar de novo. Afinal, da próxima vez pode dar certo.
Dormir na cama dele a noite inteira As visitas ao seu quarto ainda são frequentes? Então é hora de mostrar que ele precisa aprender a dormir na cama dele a noite toda. Primeiro, estabeleça uma rotina. Um estudo norte-americano, conduzido pelo Instituto de Pesquisa Internacional SRI, mostrou que as crianças que têm horários predeterminados para dormir e descansam bem, desenvolvem melhor a linguagem e demonstram mais facilidade para lidar com números. Para incentivá-la, peça ajuda para uma minimudança na decoração do quarto. Durante o dia, faça brincadeiras ali dentro também para ela se familiarizar com o ambiente. O mesmo deve acontecer à noite. Crie uma rotina gostosa para a hora de dormir – vale contar uma história, ouvir uma música que ele goste. Nas primeiras noites, fique com ele até que adormeça. Deixe uma luz azul acesa se isso trouxer mais tranquilidade para o seu filho. Aí, você vai saindo aos poucos. No começo, vai ser difícil. Ele pode chamar pelo seu nome, ter dificuldade para dormir e, se isso acontecer, ele vai levantar e ir até a sua cama. Por isso, suas noites de sono vão ser agitadas nessa fase. Para entender que precisa ficar no quarto dele, você vai ter de levantar e levá-lo de volta.
Desenhar até os detalhes O desenho acompanha o desenvolvimento da criança como uma espécie de radiografia. Com 1 ano, ela faz um emaranhado de linhas, traços leves, pontos e círculos. Dois anos depois, espere pelas primeiras formas, como cabeça e braços em uma boneca e telhado em cima de uma casa, por exemplo. Para que isso aconteça, seu filho precisa de referências. Você pode levá-lo a exposições e museus, mostrar livros, fotografias ou contar uma história e pedir que ele desenhe. Quando estiverem em um passeio, chame atenção para os detalhes das coisas, como o formato da nuvem, do banco de uma praça. E, claro, deixe sempre à mão da criança papéis com texturas diferentes e todo tipo de material para colorir.
4 a 5 anos
Falar mais e melhor Aqueles comentários “parece conversa de gente grande” vão ficar cada vez mais frequentes. A criança já conhece e entende o significado de cerca de 1.500 palavras. Com esse repertório, ainda que modesto (para ter domínio sobre uma língua estrangeira, por exemplo, precisamos conhecer cerca de 35 mil palavras), ela consegue contar e criar histórias inteiras, a narração é mais rica e até os personagens ganham personalidade. Toda essa habilidade para criar um mundo de fantasias aparece no dia a dia do seu filho. Espere por observações atentas (ele pode falar que seu sapato é muito bonito, por exemplo) e questionamentos abstratos (“por que bicho de estimação morre?”). Como você imagina, a capacidade de aprender aumenta com o treino. Quanto mais você falar com ele, pedir detalhes das histórias, ler livros e ouvir músicas, maior vai ser o repertório da criança. Vícios de linguagem e erros na flexão dos verbos ainda são comuns e devem ser corrigidos com naturalidade. Se você notar qualquer problema de fala, como trocar o “l” pelo “r”, procure um fonoaudiólogo.
Viajar ao mundo do faz de conta – e voltar! Os seres fantásticos vão sair do livro, dos brinquedos e, claro, da televisão para entrar com tudo na vida do seu filho: ele vai adorar fingir que é um personagem – e isso é ótimo! A fantasia estimula a imaginação e a criatividade porque transporta a criança para um mundo onde tudo é possível. Estudos mostram que o faz de conta auxilia no desenvolvimento cognitivo. Você precisa estar atento a quem são os personagens que seu filho quer ser no mundo imaginário. Se forem sempre muito violentos, é legal mostrar outras opções. Os especialistas garantem que, com 5 anos completos, a criança consegue diferenciar bem o que é real e o que não é. Quer saber mais sobre o assunto? Leia a reportagem “Pelo direito à fantasia”, nesta edição.
Ter paciência para montar quebra-cabeças Quando o cérebro recebe o estímulo para um desafio, faz novas sinapses (a comunicação entre os neurônios), cria uma solução a partir desses novos caminhos e, então, tem a recompensa, que é o prazer de desvendar o mistério. Não, não é uma prova de lógica. Isso é o que acontece quando seu filho brinca com jogos como quebra-cabeças, de memória e blocos de montar. Essas atividades estimulam as áreas associativas do cérebro, ligadas à percepção visual, motora e tátil. Ele entende a noção de parte e de todo, treina o raciocínio lógico, explora a coordenação motora e aprimora o conhecimento de espaço. Além, claro, de treinar a paciência.
Perder um jogo – e saber lidar com isso Todo mundo diz que o importante é competir. Fácil falar, mas como explicar isso para uma criança que está chorando porque foi o último colocado em uma brincadeira? Felizmente, dizem os especialistas, os jogos são um exemplo simples para falar sobre isso com a criança. Você pode mostrar que até quem sempre ganha, às vezes, não consegue vencer. E isso não quer dizer que aquela pessoa deixou de ser boa nem que o resultado vai ser o mesmo na próxima rodada. Quando for jogar com ela, valorize a diversão em vez da competição e mostre que é preciso se esforçar para vencer. Se você deixá-la ganhar sempre, a criança fica com a falsa impressão que não existe a possibilidade de perder. Aprender a lidar com a frustração é um aprendizado para a vida toda.
Cuidar da higiene pessoal Aceite: seu bebê está crescendo. Ele não usa fraldas e pedidos como “mãe, pai, acabei o xixi, vem me limpar” vão ficar ainda mais escassos porque agora seu filho tem um pouco mais de autonomia para fazer as coisas sozinho. Ele consegue ir ao banheiro, se limpar e até tomar banho sem a sua ajuda, o que não significa sem supervisão. No começo, atente-o para os detalhes: lave atrás da orelha, você esqueceu de esfregar o pé, mais atenção para as partes íntimas. Até ele completar 8 anos, faça uma checagem pós-banho. Já da escovação dos dentes você não pode descuidar até... ele ter pelo menos 12.
5 a 6 anos
Compreender a noção de tempo“Hoje já é amanhã?” A pergunta soa estranha, e é mesmo, mas esse tipo de questionamento revela que está tudo bem com os pensamentos do seu filho: mostra que ele está tentando entender algo ainda muito confuso, a passagem do tempo. Esse tipo de entendimento, antes muito instável para a criança, agora começa a fazer sentido. Ela, aos poucos, entende quanto falta para o aniversário, a diferença entre os dias da semana, os meses e os anos, o que é pouco tempo e o que é muito. Quando você diz que em instantes vai servir o jantar e, por isso, ela precisa guardar os brinquedos, está mostrando que as atividades têm uma duração e um momento para acontecer. Outro jeito legal de ensinar a noção de tempo é fazer uma contagem regressiva para uma data especial.
Ser independente do melhor amigo Os especialistas estimam que, a cada 15 alunos de uma sala, pelo menos três vão eleger um colega para receber o título de “o melhor amigo”. O que na vida adulta pode significar uma grande amizade, na infância é apenas um sinal de que as afinidades estão aparecendo. Na maior parte das vezes, as crianças têm os mesmos gostos, as famílias partilham valores semelhantes e eles já são grandes amigos na sala de aula. Pesquisas recentes mostram que a amizade influencia até nos hábitos alimentares – se o amigo do seu filho gosta muito de salada, por exemplo, ele pode passar a comer também. Às vezes, pode surgir aquele papo de que são namorados, mas quando você investiga um pouco mais, vê que não passa de uma amizade. A grande questão é que um não pode ser dependente do outro. Se seu filho tem um melhor amigo mas também brinca com os outros, não há problema. Mas se ele se afastar dos demais, peça ajuda do professor que pode, por exemplo, incentivar trabalhos em grupo com outros colegas.
Crescer muito de uma hora para outra Se você marcava o crescimento do seu filho em uma parede da sua casa, vai perceber que de uma semana para outra ele vai ganhar muitos centímetros. O período de crescimento mais acentuado vai de 2 a 7 anos, mas dos 5 aos 6 acontece o que os médicos chamam de primeiro estirão. De repente, as calças ficam curtas, as blusas parecem ser do irmão mais novo e as conhecidas dores de crescimento podem aparecer toda vez que o músculo não conseguir acompanhar o ritmo de desenvolvimento do osso. Se seu filho sentir dor, mas não há inchaço nem vermelhidão, acalme-o e explique que isso acontece porque ele está crescendo. Se outros sinais aparecerem, converse com o pediatra.
Aceitar regras Além de todos os benefícios que você sabe que a prática de exercícios proporciona, ela também pode dar abertura para você falar com seu filho sobre compromisso, disciplina, limite e trabalho em equipe. Em um jogo de futebol, a criança aprende a dividir e passar a bola, a ajudar um companheiro que está sendo marcado por alguém do outro time, entende que só pode usar o pé – nunca as mãos–, reconhece que com treino ele pode melhorar o desempenho etc. Se seu filho tem dificuldade para aceitar regras, peça para ele criar um jogo sem nenhuma regra. Aos poucos, ele vai perceber que algumas coisas não funcionam sem normas e vai entender por que elas são necessárias.
Passear de bicicleta sem apoio Chegou a hora de tirar as rodinhas – e lidar com a certeza de que seu filho vai cair muitas vezes antes de conseguir andar com equilíbrio. Se ele não tinha pedido para tirar, você pode propor. Nada de superaventuras nas primeiras tentativas. Comece por um terreno plano (e a criança equipada com capacete, joelheira e cotoveleira) e, aos poucos, aumente o desafio. Segure no banco e peça para o seu filho dizer quando pode soltar, isso traz mais confiança. Quando ele cair... bem, respire fundo – se for preciso, aparente uma tranquilidade que você não sente naquela hora – e diga que vocês vão tentar, juntos, de novo. E sempre valorize as conquistas dele, nem que seja as marcas roxas que vão aparecer com os tombos.
6 a 7 anos
Atravessar a rua sem dar a mão para você Como assim, sozinho?! Calma. No começo, parece impossível, ainda mais para quem mora em grandes metrópoles. Mas vocês podem começar juntos por uma rua não muito movimentada e, de mãos dadas com ele, explicar que é preciso olhar para os dois lados, esperar todos os carros passarem, o sinal ficar vermelho, dar mais uma espiadinha para então atravessar, sempre na faixa de pedestres. Ele pode ficar inseguro ou querer sair correndo. Por isso, sua presença e paciência são fundamentais para evitar acidentes e dar as orientações certas. Quando ele estiver pronto e confiante para soltar as mãos, você pode acompanhar a travessia junto com ele ou esperar do lado oposto da rua.
Ir para o acampamento Malas prontas, é hora de ir para o passeio com a escola ou com os amigos. Explique tudo o que acontece por lá e como pode ser legal participar de gincanas, conhecer outras crianças e ficar acordado até tarde. Quando está longe dos pais, tem que partir dele a iniciativa de interagir. Se o seu filho não quiser ir, tente entender o porquê da recusa. Fale que, se ele sentir saudades, pode pedir para o monitor ligar para você. Em geral, eles ficam apreensivos no começo, mas depois é pura diversão.
Ficar banguela Todos os 20 dentes de leite do seu filho são trocados entre os 5 e os 7 anos. Os da frente ficam moles e caem primeiro, formando a famosa “janelinha”. Algumas crianças podem se sentir feias por estarem banguelas, mas a maioria fica ansiosa e quer logo que os dentes caiam, principalmente se os amigos já estiverem passando por isso. Explique que, assim que esses caírem, chegam os permanentes, mais fortes e bonitos – a brincadeira da fada dos dentes também pode ajudar. Não force a queda do dente mole ou arranque. Se estiver incomodando, leve seu filho ao dentista. Este é um bom momento para avaliar a necessidade de usar aparelho. Observe se os dentes novos estão nascendo malposicionados, se há espaço para todos e dê atenção especial a eles durante a escovação.
Não brigar dentro da escola As confusões com os colegas ficam mais frequentes porque cada um quer fazer do seu jeito e um provoca o outro. Problemas de comportamento podem ser ainda um alerta de que algo não vai bem, como um desinteresse pelas aulas ou até um problema emocional, como lidar com a chegada de um irmãozinho. Se não for nada grave, deixe que ele resolva sozinho. Se o caso for mais complicado, você e a escola precisam entrar em um acordo e ter o mesmo discurso na hora de conversar com a criança. Se cada um fala de um jeito diferente, ela fica confusa, não sabe identificar o próprio erro nem encontra uma solução.
Conseguir ler tudo Abrir um livro e poder decodificar aqueles sinais antes tão estranhos. É com 7 anos que a criança está lendo e escrevendo. Se isso acontecer mais cedo, tudo bem, mas não há por que se preocupar antes dessa idade, segundo os especialistas. Ter confiança na escola, nos professores e acreditar na proposta pedagógica vão ajudar você a lidar com a ansiedade para que ele leia logo. Livros infantis também ajudam muito e, segundo uma pesquisa do Instituto Pró-Livro, as crianças estão lendo mais: a média de leitura de cada uma subiu de 1,8 livro por ano em 2000 para 4,7 livros em 2008. Em casa, peça ajuda dele com a lista de compras, para ler o que está escrito em uma embalagem e, se vocês tiverem um animal de estimação, seu filho pode ler para ele! Os bichos são ótimos ouvintes e ficam horas escutando a mesma história.
7 a 8 anos
Valorizar o dinheiro As crianças percebem, desde muito pequenas, que o dinheiro é algo necessário, mas nessa idade elas entendem melhor o valor das notas e moedas, as diferenças entre caro e barato e a realidade econômica da família. Seu filho precisa saber o que você pode e o que não pode comprar. Se ele pedir um brinquedo que não cabe no orçamento, dê algumas opções: ele pode ganhar no aniversário, usar a mesada para ajudar na compra (você pode dar uma parte da mesada toda semana e a quantia não deve ser alta)e, se não der mesmo, falar que aquele é caro demais e que vocês não podem arcar com o custo – mostre tudo o que é possível comprar com aquela quantia.
Assumir que contou uma mentiraAté os 5 anos, a criança ainda confunde fantasia com realidade, mas aos 7 pode ter certeza: ela sabe quando está contando uma mentira. Em vez de confrontá-la, simplesmente, procure entender por que ela agiu assim. Normalmente, as crianças mentem quando sentem medo ou sabem que fizeram algo errado, e aí ficam apreensivas com as consequências. A confiança entre vocês precisa ser construída em um ambiente de conforto e segurança, por isso seja compreensível e explique que, quando ela mentir, vai ser repreendida com um castigo ou uma advertência. Ao mesmo tempo, valorize quando ela diz a verdade para aprender que pode pedir desculpas por algo que fez. Uma última observação (que seu filho não precisa saber): uma pesquisa canadense mostrou que saber mentir é um sinal de inteligência. Os processos cerebrais envolvidos na mentira seriam um indicador de que a criança conseguiu alcançar um estágio importante de desenvolvimento.
Entender temas difíceis Prepare-se para ouvir perguntas mais elaboradas. “Deus existe?” Ou: “Cigarro faz mal?” Seu filho é capaz de articular ideias, apresentar argumentos e compreender as suas explicações, então, deixe o canal de comunicação aberto. Crie um ambiente de confiança e credibilidade. Antes de responder, pergunte o que ele já sabe e o que deseja entender exatamente para não correr o risco de se antecipar nas respostas. Se não souber responder, seja sincero, busque a solução e converse com ele depois. Se você não der retorno, ele vai procurar a resposta com outras pessoas – e aí surge o risco dele ouvir todo tipo de coisa.
Fazer provas importantes O ensino fica cada vez mais aprofundado e as avaliações, formais. Ter responsabilidade com provas e lições pode deixar a criança com medo de não conseguir cumprir as obrigações escolares. Dúvidas como: “E se eu não passar de ano?” Ou: “Não sei fazer essa conta”, são normais. Então, procure ajudá-lo a se organizar para estudar melhor. Você não vai fazer a lição por ele, mas pode propor um plano de horas de estudo, com dias e horários estipulados, e providenciar um lugar adequado para isso. Um ritual de passagem também ajuda: saia com ele para escolher um caderno bem legal ou uma escrivaninha para o quarto. Essas aquisições ligadas ao estudo podem situá-lo nessa nova fase escolar.
Cuidar das próprias coisas Seu filho já sabe que não pode faltar à aula e tem que arrumar o quarto: faz parte do que os especialistas chamam “idade da razão”. Ele percebe o certo e o errado e entende por que pode (ou não) fazer tal coisa. Nessa fase, ele realiza sozinho pequenas tarefas, cuida dos seus brinquedos e roupas e seu senso de responsabilidade, individual e coletivo, surge a partir das orientações que recebe dos pais. Vale dar o exemplo (como arrumar as coisas no escritório), cobrar que as regras combinadas sejam seguidas (fazer a lição antes e brincar depois) e explicar o porquê, respeitando o tempo da criança.
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