"Caminhante, tuas pegadas são o caminho (...)
Não há caminhos; faz-se o caminho ao andar".

sexta-feira, julho 29, 2011

Desanimado e insatisfeito com seu trabalho? Fique atento! Você pode estar com a SÍNDROME DE BURNOUT - por Joice Pacheco - psicóloga

Trabalho nem sempre significa crescimento, reconhecimento ou fonte de satisfação. Muitas vezes causa desinteresse, irritação e exaustão. E até mesmo, em casos mais graves, pode desencadear a Síndrome de Burnout.
A Síndrome de Burnout é uma das doenças causadas pelo trabalho, que apenas na década de 70, nos EUA, obteve teorias e instrumentos capazes de entendê-la.
Os sintomas de Burnout são físicos e comportamentais e vão desde o estresse ocupacional, esgotamento físico e mental, até ao sentimento crônico de desânimo, apatia, despersonalização e exaustão emocional, que resulta num desequilíbrio da saúde do profissional.
O indivíduo perde o sentido da sua relação com o trabalho, de forma que as coisas já não o importam mais e qualquer esforço lhe parece ser inútil. Assim, este passa a ter umcontato frio e impessoal, até mesmo cínico e irônico, com as pessoas envolvidas em seu trabalho como clientes, pacientes, alunos, etc.
Pode-se dizer então, que a síndrome de Burnout envolve 3 componentes principais:

1.           Exaustão emocional: o indivíduo percebe que sua energia e seus recursos emocionais estão esgotados e que por isso não pode dar mais de si mesmo a nível afetivo. Há um desgaste emocional diário que o leva a exaustão.

2.           Despersonalização: o indivíduo começa a desenvolver sentimentos e atitudes negativas na relação com as pessoas destinatárias do seu trabalho, gerando um enrijecimento afetivo e prejudicando a relação.  Isso ocorre quando o vínculo afetivo é substituído por um vínculo racional. Trata-se de um estado psíquico em que prevalecem sentimentos de cinismo ou dissimulação afetiva, com presença de crítica exacerbada de tudo e de todos.

3.           Falta de envolvimento pessoal no trabalho: tendência de uma “evolução negativa” no trabalho que afeta a habilidade para a realização do mesmo. Pode ser entendida como uma baixa realização pessoal no trabalho em que o investimento afetivo das relações se perde.

Segundo alguns estudos, a Síndrome de Burnout ocorre, principalmente, nas profissões que trabalham em contato direto com pessoas, em prestação de serviço e/ou em funções que exigem contato direto e excessivo com outras pessoas que necessitam de algum tipo de cuidado.
 Atualmente, as observações se estendem a todo profissional que interage de forma ativa com pessoas, que cuida e/ou soluciona problemas de outras pessoas e que obedece a técnicas e métodos mais exigentes.
É importante ressaltar que os sintomas de Burnout, em geral, podem ocorrer como respostas possíveis ao estresse laboral crônico, para um trabalho estressante, frustrante ou monótono. Ou até mesmo devido à discrepância entre o que o trabalhador oferece, isto é, o que ele investe no trabalho, e aquilo que ele recebe como o reconhecimento de superiores, dos colegas, etc.
Alguns autores associam determinadas características de personalidade a uma maior vulnerabilidade de o profissional sucumbir ao Burnout, mas tal hipótese não obteve muito sucesso. O que foi possível demonstrar é que indivíduos altamente centrados no trabalho e que fazem dele o objetivo único de suas vidas estão mais propensos a entrar em Burnout visto que não há investimento em outras esferas da vida.
Portanto, pode-se perceber que a Síndrome de Burnout está ligada às relações laborais e organizacionais, que com o passar do tempo leva a pessoa a diversos desgastes em sua vida, tanto pessoal quanto social e profissional. Dessa forma, é importante que se compreenda a seriedade desta Síndrome e que se oriente a população “alvo” de seus sintomas e conseqüências.
Além disso, as instituições devem estar alertas e se possível desenvolver medidas preventivas, tais como palestras, dinâmicas de integração e exercícios para descontração e relaxamento dos funcionários. Assim como medidas de apoio dentro da própria instituição, também são fundamentais para que as pessoas possam buscar informações e tratamento para seu restabelecimento. Isso tudo pode ser facilitado pela presença de um psicólogo dentro das organizações.
Dessa forma, a empresa não estará apenas trabalhando a prevenção da Síndrome, mas também contribuindo para o bem estar do trabalhador em seu ambiente de trabalho e consequentemente evitando quaisquer prejuízos futuros que possam ocorrer para a organização, proporcionando assim, uma troca mais funcional e saudável entre colaboradores e empresa!

sábado, julho 16, 2011

Dúvidas Frequentes sobre Constelações


1-O que é um sistema ?
Sistema é um grupo de pessoas ou coisas, que permanecem unidos ou vinculados, em função de um interesse comum ou forças que os permeiam, independente de que tenham consciência ou não.

2-O que é uma postura fenomenológica ?
É uma postura interna onde a pessoa se isenta de qualquer interpretação, julgamento, conhecimento prévio ou intenção e passa a observar e acompanhar os fenômenos do que jeito que se apresentam com total presença.

3-Tenho que contar tudo o que se passou com a minha família?
Não. Por vezes não é necessário contar nada. A constelação move-se por si só e a solução é encontrada sem intervenção do facilitador. Contudo, nem sempre isto acontece. Normalmente, o facilitador coloca algumas questões sobre a história da família, às quais, o cliente deve responder de uma forma objetiva.
Os emaranhamentos familiares são por vezes tantos, que várias sessões de terapia são necessárias. Apesar disto, o facilitador focaliza-se sempre na resolução do tema apresentado pelo cliente, naquele momento. Normalmente, quando o facilitador se apercebe que existe algo de muito íntimo ou doloroso que vem à superfície, não há necessidade de expor esse acontecimento ao grupo que assiste. Essa dinâmica oculta fica entre o facilitador e o cliente.

4-Posso participar no workshop, só como assistente?
Sim. Essa é uma das formas possíveis de participar; uma outra será como representante dos membros das famílias das pessoas que colocam a sua própria constelação; e a outra, colocando a sua própria Constelação Familiar.
Temos no entanto constatado, que as pessoas que participam "só" como assistentes, usufruem bastante do workshop, não só pelo enfoque clareador da terapia, mas também porque existem sempre casos que espelham dinâmicas existentes nas suas famílias. Os assistentes, trabalham assim, de uma forma indireta.

5-Após a colocação de uma Constelação Familiar os resultados são imediatos?
Partindo do princípio que não são omitidas informações relevantes, os resultados são normalmente imediatos na pessoa que coloca a sua Constelação e muitas vezes têm um impacto importante nos membros da família que foram representados, mas, podem também só vir à superfície após algum tempo, claro que, em função do problema que se apresenta e por vezes, em função de já se ter aberto (ou não), as portas da cura com outra terapia. Bert Hellinger (o fundador desta terapia), diz que os movimentos de cura que se desencadeiam após a colocação de uma Constelação, podem demorar até um ano.

6-É verdade que podem vir emoções negativas à superfície?
Sim, se essas emoções estiverem reprimidas e forem a causa do sofrimento do indivíduo, é bom que venham à superfície, para que, através de vários métodos que possuímos para as trabalhar, sejam liberadas e o indivíduo se sinta em paz consigo próprio e com o mundo.
Podemos dar um exemplo: um indivíduo que tenha tido um filho deficiente pode estar revoltado (na sua profundidade), com o Divino, estando no seu interior a frase "Porquê eu?"; isto pode levá-lo (consciente ou inconscientemente), a ações destrutivas no que diz respeito à espiritualidade em geral (ou em outros sentidos), mas, uma vez reconhecendo a sua profundidade e trazendo essa revolta à superfície, o indivíduo pode transformar o seu mundo interior para melhor.

7-Só pessoas com formação em psicologia podem dirigir workshops de constelações?
Temos observado que para se ser um bom facilitador de Constelações Familiares é necessária muita sensibilidade, muita abertura de coração às manifestações dos campos de energia que continuamente se manifestam e sobretudo, ter colocado várias constelações familiares (do próprio sistema) e ter observado o trabalho de diversos outros facilitadores, podendo ser ou não psicólogo.