"Caminhante, tuas pegadas são o caminho (...)
Não há caminhos; faz-se o caminho ao andar".

sábado, julho 13, 2013

O Silenciar na Constelação - Sibere Lourenço Mantovani



Sempre falamos sobre o silenciar nas constelações... Mas, hoje vamos detalhar um pouco mais esta importância.
Hellinger fala-nos da importância de silenciar após a constelação, para que não perca-se a força do trabalho. Ficar com o final é essencial!
Não é preciso proibir, fazer mistério e muito menos segredo... É importante tratar a questão com a leveza que ela merece. É que pelo caráter vivencial, é difícil explicar uma vivência, é quase como tentar explicar um cheiro ou uma música. Acontece no aqui-agora (nem a priori, nem a posteriori), portanto, "explicar no depois", a posteriori, também não faz muito sentido.
Talvez seja uma mera necessidade de compreender a experiência, que nem sempre é compreendida em nível racional, mas antes, em nível mais profundo.Nós temos o paradigma de que o aprendizado e todas nossas experiências precisam passar antes de tudo pela via racional, mas esta é só uma forma de olhar para as coisas, nem sempre define a realidade.
Quando um dos representantes fala do papel, ele fala da percepção daquele papel, o facilitador tem uma experiência mais sistêmica, uma visão do todo. E é importante não perder-se na simbologia ou na história que vem a luz, é importante ficar com o final.
Terapeuticamente, falamos das constelações com o cliente? Somente o necessário, e se ele quiser, focando as sensações e percepções do clientes, para que deste modo, os insights tragam a luz e desemaranhe-se a questão... Mas, são as cascas da cebola, as vezes desemaranha-se o nó todo, as vezes parte dele.
Para finalizar, as palavras do próprio Hellinger sobre a questão:
"(...) Nesse trabalho terapêutico, deve ser levado em consideração, tanto pelo terapeuta como pelo cliente, que se deve deixar repousar o que penetrou na alma, sem arrastá-lo à luz nem falar sobre ele. Tem-se que tratá-lo com o maior cuidado, senão tornamos a danificá-lo.
Um terapeuta prejudica muito mais através da curiosidade. Se um cliente se deixa levar, respondendo a alguém que faz perguntas com curiosidade, perde algo que para ele é precioso.
Quando os que ajudam conservam a mais extrema reserva, ajudam com isso a sua própria alma, pois, em vez de serem curiosos, ficam centrados e, então, chegam a outros conhecimentos do que quando tomam a iniciativa e fazem algo. Pois o que tomamos na mão, muito facilmente se transforma em cinzas"

Bert Hellinger - Livro: A fonte não precisa perguntar pelo caminho - pg 278.