Sempre falamos sobre o silenciar nas constelações... Mas,
hoje vamos detalhar um pouco mais esta importância.
Hellinger fala-nos da importância de silenciar após a
constelação, para que não perca-se a força do trabalho. Ficar com o final é
essencial!
Não é preciso proibir, fazer mistério e muito menos
segredo... É importante tratar a questão com a leveza que ela merece. É que
pelo caráter vivencial, é difícil explicar uma vivência, é quase como tentar
explicar um cheiro ou uma música. Acontece no aqui-agora (nem a priori, nem a
posteriori), portanto, "explicar no depois", a posteriori, também não
faz muito sentido.
Talvez seja uma mera necessidade de compreender a
experiência, que nem sempre é compreendida em nível racional, mas antes, em
nível mais profundo.Nós temos o paradigma de que o aprendizado e todas nossas
experiências precisam passar antes de tudo pela via racional, mas esta é só uma
forma de olhar para as coisas, nem sempre define a realidade.
Quando um dos representantes fala do papel, ele fala da
percepção daquele papel, o facilitador tem uma experiência mais sistêmica, uma
visão do todo. E é importante não perder-se na simbologia ou na história que
vem a luz, é importante ficar com o final.
Terapeuticamente, falamos das constelações com o cliente?
Somente o necessário, e se ele quiser, focando as sensações e percepções do
clientes, para que deste modo, os insights tragam a luz e desemaranhe-se a
questão... Mas, são as cascas da cebola, as vezes desemaranha-se o nó todo, as
vezes parte dele.
Para finalizar, as palavras do próprio Hellinger sobre a
questão:
"(...) Nesse trabalho terapêutico, deve ser levado em
consideração, tanto pelo terapeuta como pelo cliente, que se deve deixar
repousar o que penetrou na alma, sem arrastá-lo à luz nem falar sobre ele.
Tem-se que tratá-lo com o maior cuidado, senão tornamos a danificá-lo.
Um terapeuta prejudica muito mais através da curiosidade. Se
um cliente se deixa levar, respondendo a alguém que faz perguntas com
curiosidade, perde algo que para ele é precioso.
Quando os que ajudam conservam a mais extrema reserva,
ajudam com isso a sua própria alma, pois, em vez de serem curiosos, ficam
centrados e, então, chegam a outros conhecimentos do que quando tomam a
iniciativa e fazem algo. Pois o que tomamos na mão, muito facilmente se
transforma em cinzas"
Bert Hellinger - Livro: A fonte não precisa perguntar pelo
caminho - pg 278.