Eventos estressantes vivenciados na infância, como
negligência ou abuso, deixam marcas e não raro, se manifestam em problemas
psíquicos na vida adulta. Agora, um estudo mostra que as sequelas podem
extrapolar gerações: filhos e netos de pessoas que sofreram traumas tendem a
ser mais ansiosos e vulneráveis ao estresse.
Os bioquímicos Larry Feig e Lorena Saavedra-Rodríguez, da
Universidade Tufts, em Massachusetts, estimularam o estresse em ratos jovens,
mudando-os seguidamente de gaiola ao longo de sete semanas. Quando os animais
se tornaram adultos, os pesquisadores os submeteram a testes que avaliam a
ansiedade social em roedores, como a frequência com que se aproximam e
interagem com ratos desconhecidos. As fêmeas adultas apresentaram
comportamentos mais ansiosos em comparação com animais do grupo de controle,
mas os machos não. Entretanto, posteriormente, os filhotes dos ratos de ambos
os sexos mostraram-se mais vulneráveis ao estresse que a média.
O interessante, segundo Feig e Lorena, é que os ratos machos
do início do estudo transmitiram o comportamento para as fêmeas de sua terceira
geração, as “netas”. “Estudos anteriores sugerem que as fêmeas têm maior risco
de ansiedade, o que pode ser causado por uma interação de fatores sociais e
bioquímicos”, diz Feig. Ele afirma, porém, que é cedo para estender os
resultados a humanos. “Os ratos do estudo foram criados em gaiolas simples, com
número limitado de influências ambientais. Humanos, claro, são sujeitos a uma
variedade muito maior de estímulos e também têm a habilidade de desenvolver
formas de enfrentamento”, acredita.
(Fonte: Revista Mente e Cérebro de fevereiro/2013)
As Constelações também apontam para esta questão, através do
que chamamos de transgeracional e também da "criança ferida" (TSFI-
Alexandra Caymmi)