ESPAÇO QUE VISA ESCLARECER, INFORMAR, DISCUTIR E FACILITAR O ACESSO A ASSUNTOS PERTINENTES A PSICOLOGIA E A SAÚDE. ENTRE E SEJA BEM-VINDO!
domingo, fevereiro 06, 2011
Alexandra Caymmi
Bert Hellinger
Os desenvolvimentos de seu trabalho tem amplas implicações para o âmbito da psicoterapia, aconselhamento de casais, pedagogia, consultoria de empresas, dramaturgia, política e solução de conflitos sociais.
Oriundo de uma família católica, foi marcado pela SS, no tempo do nazismo, como "inimigo do estado", ainda muito jovem. Mesmo assim, foi convocado e serviu ao exército alemão. Capturado na Bélgica, posteriormente, fugiu e voltou para Berlim. Após esse evento, tornou-se padre católico missionário e serviu na África do Sul por 16 anos. Lá, conheceu a dura realidade do apartheid, e trabalhou, favorecido pela visão mais aberta dos padres anglicanos, com dinâmicas de grupo.
Retornou à Alemanha e estudou gestaltoterapia; após dois anos de estudos, deixou sua ordem religiosa e se tornou psicoterapeuta. Estudou diversas teorias psicoterapêuticas:psicanálise; terapia primal, de Arthur Janov; análise de estórias, de Eric Berne; análise transacional, hipnoterapia. Nos anos 1970, teve contato com o trabalho de Virginia Satir, encantando-se pelo fenômeno da representação familiar desenvolvido por ela (que se passou a chamar de "escultura familiar"). Começou, então, a refletir sobre a consciência e as forças que atuam nos grupos familiares.
Nos últimos anos, dedicou-se a expandir sua visão sistêmica em diversos países, tanto dentro como fora da Europa: Estados Unidos, América do Sul, América Central, Oriente Médio eÁsia.
Visitou o Brasil em 1999 (Rio de Janeiro), 2001 (São Paulo), 2005 (Belo Horizonte), 2006 (Goiânia), 2007 (Brasília) e 2008 (Águas de Lindóia - SP).
Descobriu, no processo de seu trabalho, que a consciência não é o juiz do certo e do errado, mas está ligada a certas ordens pré-definidas, as quais batizou de "ordens do amor" ou "ordens de origem".
O desenvolvimento posterior de seu trabalho levou-o a descobertas sobre a natureza do vínculo e da ordem dentro dos grupos humanos e de como o amor cego e as necessidades de vínculo, ordem e compensação podem estar subjacentes às tragédias familiares, notadamente ao suicídio, acidentes e doenças graves.
Descobriu que, além dos sentimentos primários (reação imediata aos acontecimentos) e secundários (sentimentos que substituem os primários), existem os "sentimentos adotados": sentimentos que se assumem de outras pessoas e são dirigidos a terceiros.
Outra descoberta, foi o "movimento interrompido": interrupção do desejo de uma pessoa de buscar ou ir em direção aos pais.
Criou uma dinâmica psicoterapêutica denominada de constelações familiares, que, mais tarde, ampliou sua abrangência, no chamado "movimentos da alma". Sua abordagem busca a clareza sobre os laços de amor que unem a família, descortinando soluções inusitadas e simples para os problemas e conflitos psíquicos dos pacientes.
Nos anos recentes, descreveu, ainda, padrões importantes relativos à efetividade da relação de ajuda, chamados de "ordens da ajuda" e, ainda, sobre a postura básica fundamental do profissional que ajuda, dentro do contexto de seu trabalho.
Escreveu mais de 30 títulos em alemão, vários dos quais foram traduzidos para o português.
A Fonte Não Precisa Perguntar pelo Caminho pela Editora Atman
A Simetria Oculta do Amor pela Editora Cultrix
A Paz Começa na Alma pela Editora Atman
Amor a Segunda Vista pela Editora Atman
Conflito e paz: uma resposta pela Editora Cultrix
Desatando os laços do destino pela Editora Cultrix
Liberados Somos Concluídos pela Editora Atman
No centro sentimos leveza pela Editora Cultrix
O Essencial É Simples pela Editora Atman
Ordens da Ajuda pela Editora Atman
Ordens do amor pela Editora Cultrix
Para que o Amor de Certo pela Editora Cultrix
Pensamentos a Caminho pela Editora Atman
Religião, Psicoterapia e Aconselhamento Espiritual pela Editora Cultrix
Um Lugar para os Excluídos pela Editora Atman
quinta-feira, fevereiro 03, 2011
Constelações Familiares - TSFI - Terapia Sistêmica Fenomenológica Integrativa de Alexandra Caymmi
A Constelação Familiar é uma técnica terapêutica criada por BERT HELLINGER (psicoterapêuta, pedagogo e filósofo alemão), com sólida base científica, inserido na abordagem sistêmico-fenomenológica. Sistêmico porque o paciente é visto dentro de seu contexto familiar, e o terapeuta se coloca a serviço de todo o sistema familiar na busca de soluções; e Fenomenológica porque o terapeuta, o paciente e as pessoas que são chamadas a representar determinados papéis durante o processo terapêutico devem estar dispostos a se abrir à realidade que busca manifestar-se e a aceitá-la tal como é, sem intenções, sem julgamentos (apriori e a posteriori), sem medo e sem apelar para teorias ou experiências anteriores.
Constelações Familiares – Bert Hellinger – Ed.Cultrix
A Simetria Oculta do Amor – Bert Hellinger – Ed.Cultrix
Ordens do Amor – Bert Hellinger – Ed.Cultrix
Para que o Amor dê Certo – Bert Hellinger – Ed.Cultrix
O Essencial é Simples – Bert Hellinger – Ed.Atman
A Fonte não Precisa Perguntar pelo Caminho – Bert Hellinger – Ed.Atman
Pensamentos a Caminho – Bert Hellinger – Ed.Atman
No Centro sentimos Leveza– Bert Hellinger – Ed.Cultrix
Religião, Psicoterapia e Aconselhamento Espiritual – Bert Hellinger – Ed.Cultrix
Você é um de Nós– Marianne Franke-Grickeh – Ed.Atman
Ah! Que bom que eu sei – Jacob Schneider e Brigitte Gross – Ed Atman
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Sheldrake propõe a idéia dos campos morfogenéticos, os quais ajudam a compreender como os organismos adotam as suas formas e comportamentos característicos.
Abordagem Centrada na Pessoa - ACP - Carl Rogers
Essa Abordagem aplicada à psicoterapia utiliza o paradigma que o organismo humano, incluindo mente e corpo, é digno de confiança, que as pessoas possuem vastos recursos de autoconhecimento e de modificação de atitudes e comportamentos. Essa tendência direcional ao crescimento, à auto-realização, amplifica-se na presença de certas condições facilitadoras, que são traduzidas pelas atitudes do psicoterapeuta. Em função dessa crença no potencial humano, o psicoterapeuta acolhe e considera seu cliente, em todos os seus aspectos, quer sejam positivos, negativos ou ambíguos, esforçando-se por se colocar no lugar dele, de maneira a captar as emoções, sentimentos e vivências ainda não explicitados pelo cliente. É necessário um envolvimento de pessoa a pessoa, ainda que profissional, visando facilitar que o cliente consiga ser ele mesmo e utilize sua liberdade.
A originalidade desse enfoque reside na descaracterização do psicoterapeuta como expert, como detentor do saber, como superior, bem como prioriza mais os aspectos afetivos da situação do que os intelectuais, enfatizando a relação terapêutica como promotora de crescimento. A importância às experiências passadas, ditas traumáticas, é minimizada enquanto determinante do presente, e o foco de atenção não é o problema e sim a pessoa, em sua singularidade, auto-responsabilidade e capacidade de escolhas construtivas.
É o cliente que dirige seu processo de autoconhecimento, de mudança e o/a psicoterapeuta ajuda o/a cliente a se ajudar, a encontrar suas próprias respostas e, ambos, se tornam mais humanos. É esta atitude que justifica chamar de cliente e não paciente a pessoa que busca apsicoterapia realizada em consonância com a Abordagem Centrada na Pessoa.
Em função da vasta experiência e da comprovação empírica do processo psicoterapêutico, Rogers e seus colaboradores começaram a aplicar a Abordagem em outras atividades: na Educação, criando o Ensino Centrado no Aluno/a, nas Organizações, propondo a Liderança Centrada no Grupo, nos pequenos grupos vivenciais, os chamados Grupos de Encontro e, mais recentemente nos Grandes Grupos ou Comunidades de Aprendizagens Significativas, enfocando os Processos Sociais, a Formação e Transformação da Cultura. Assim, a Abordagem Centrada na Pessoa implica num "jeito de estar"(a way of being) ao se deparar com determinado fenômeno e possui uma grande aplicabilidade, ainda em desenvolvimento.
Wood (1994), refletindo sobre o que é a ACP, nos clarifica: ´É meramente uma abordagem nada mais, nada menos. É um ‘jeito de ser’ (Rogers, 1983) ao se deparar com certas situações que consiste de:
uma perspectiva de vida, de modo geral, positiva;
uma crença numa tendência formativa direcional que Rogers (1983- da tradução para o Português) descreve brevemente como: "Os indivíduos possuem dentro de si mesmos amplos recursos para a auto-compreensão e para modificação de seus auto-conceitos, de suas atitudes e de seu comportamento autônomo. Esses recursos podem ser ativados se houver uma clima, passível de definição, de atitudes psicológicas facilitadoras"(pág. 38);
- uma intenção de ser eficaz nos próprios objetivos. No caso da Terapia Centrada no Cliente, por exemplo, a intenção é ajudar outro ser humano a fazer mudanças construtivas na personalidade;
- uma flexibilidade de pensamento e ação, não tolhida por teorias ou práticas anteriores, nem mesmo pela experiência, aberta a novas descobertas. Uma habilidade de se concentrar intensamente e, com clareza apreender a construção linear, pedaço-a-pedaço, bem como perceber sua realidade integral, holística, ‘toda de uma vez’;
- uma tolerância quanto às incertezas ou ambigüidades, sendo capaz de viver numa situação caótica até que fatos suficientes se acumulem para ser possível abstrair-se um sentido deles. Um interesse ‘não na verdade já conhecida ou formulada, mas no processo pelo qual a verdade é tenuamente percebida, testada e aproximada’(Rogers, 1974);
- senso de humor, humildade e curiosidade, sem dúvida, também têm seu papel, embora não sejam exclusivos dessa abordagem.
KIRSCHENBAUM, H. (1979) On Becoming Carl Rogers. N.Y. : Delacorte Press.
ROGERS, Carl Ransom (1974). Remarks on the Future of client-centered therapy. In D. A Wexler e L.N. Rice (eds.) Innovations in Client-Centered Therapy. N.Y.: John Wiley & Sons.
ROGERS, Carl Ransom (1983) Um Jeito de Ser. São Paulo: EPU..
WOOD, John Keith et. al. (orgs.) (1997) Abordagem Centrada na Pessoa. UFES, 3ª Edição
Psicologia de Adolescentes: Breves Reflexões - artigo de Marcelo Quirino
Entre alguns adultos há uma visão preconceituosa sobre a fase da adolescência como a fase da rebeldia. Por outro lado há também uma visão preconceitusosa do adolescente sobre os adultos como a fase da tirania.
Uma visão preconceituosa é o resultado da outra. É o que se pode chamar de conflitos de gerações. Na verdade não passa de um conflito de comunicações, mas não se resume somente a isto, apesar de começar por aqui.
Essa visão preconceituosa de ambos - adolescentes e adultos - é o que não permite uma aproximação saudável e empática entre estas duas fases da vida. Por vezes se faz uma aproximação desgastante e nada eficiente.
Se o responsável pelos adolescentes quiser proporcionar uma relação eficiente deve em primeiro lugar despir-se dos seus preconceitos sobre essa fase da vida do ser humano, para depois permitir-se compreender esse mundo de conflitos entre uma personalidade em formação.
Reações Emocionais na Adolescência
Muitas vezes, o adolescente reage à incompreensão de sua vida psicológica e à falta de uma comunicação empática que verse sobre seu desenvolvimento e necessidade de independência.
O adolescente reage ao cerceamento da sua individualidade. A individualidade está relacionada à inserção grupal, à identidade e à sexualidade. O adolescente requer autonomia para estar em um grupo onde o aceite, requer uma identidade reforçada por esse grupo e ainda busca o descobrimento de sua sexualidade como forma de contribuir com sua identidade.
Buscar essa inserção num grupo social e buscar autonomia para que esta inserção aconteça e haja uma aceitação grupal não é nada demais.
O problema começa quando essa aceitação num grupo social é resultado de uma incompreensão no seio da família ou quando essa necessidade de aceitação grupal se alia à construção de sua autoestima ou de sua identidade.
Como o adolescente está em processo de formação de identidade e de individualidade, há uma alta sugestionabilidade para grupos de comportamentos desviantes, como reação à tirania do autoritarismo dos pais que não o compreendem de forma plena.
Objetivos da Assessoria Psicológica com Adolescentes
Portanto, uma conversa com o adolescente deve permitir que ele tome uma visão introspectiva sobre si mesmo. Possibilitar que o adolescente se esclareça dos fatores de sua psique que fornecem estrutura à sua personalidade.
O responsável deve permitir ao adolescente uma conversa sobre si mesmo e consigo mesmo. Uma conversa sobre seus sentimentos, seus pensamentos, e seus grupos prediletos, sua relação com a autoridade parental e os porquês de suas reações indisciplinadas.
Como a necessidade de aceitação está nesse momento ligada à autoestima, não ser aceito pelo grupo é sinônimo de queda na autoestima ou de depressão. Por isso a relação entre adulto e adolescente deve tentar desvencilhar a necessidade de aceitação grupal da autoestima do adolescente.
Alguns comportamentos de desafio de autoridade podem estar dirigidos à aceitação num grupo especifico como uma forma de reação à sua busca pela individualidade que está cerceada na relação com o responsável.
Portanto, os pais devem se atentar para proporcionarem a aceitação do adolescente no seio da família, pois é isto o que ele busca por vezes.
Se o adolescente não é aceito dentro de casa, busca aceitação num grupo como forma de reagir à autoridade constituída. Esta aceitação diz respeito ao amor prático e genuíno que Jesus pregava.
Muitas vezes a atitude de desfiador e de rebeldia è resultado de uma reação quanto à inabilidade dos pais de o aceitarem como um ser em desenvolvimento rumo à individualidade.
Os pais o cerceiam por demais e uma reação explosiva do adolescente é o resultado de um pedido de socorro que visa buscar o seu autodesenvolvimento psicológico.
Um Psicólogo trabalha na assessoria dos familiares para ajustar o relacionamento familiar em direção à busca saudável da individualidade em formação, mas respeitando sempre seu momento de desligamento gradual da infância.
Um dos objetivos do Psicólogo é equilibrar para que não haja autoritarismo demais e nem libertinagem em excesso no processo de educação. Esse é um dos desafios para essa fase de vida do ser humano que é a adolescência.
A família deve proporcionar um desenvolvimento saudável da individualidade do adolescente. Em psicoterapia, o psicólogo busca o desempenho de um papel de facilitador e de assessor amigável, que se utiliza de princípios e de diretrizes técnicas como parâmetros para o desenvolvimento dessa individualidade em formação.
O Adolescente e sua Autopercepção na Família
Algumas famílias são aparentemente equilibradas psicologicamente, mas os adolescentes buscam caminhos de desafio às autoridades. Nesse caso específico um mecanismo de comunicação e de conscientização do processo de desenvolvimento psicológico do adolescente pode estar em falha.
Ter uma família equilibrada não é sinal de adolescente equilibrado e formado nos caminhos do Senhor. Muitos pais não erram na educação dos filhos, mas apenas não a apresentam de forma justa e presente com qualidade especifica na comunicação.
O adolescente precisa aprender a voltar os olhos sobre si e seus sentimentos a fim de que saiba lidar com impulsos e com necessidades de aventuras desmedidas que desconsiderem as limitações dos responsáveis. O aprendizado da introspecção (autoanálise) precisa vir da família.
Neste caso, um dos papéis do Psicoterapeuta é oferecer à família um canal de comunicação que verse especificamente sobre a psicologia daquele adolescente em formação, que verse sobre seus sentimentos, suas emoções e seus comportamentos.
Não ser entendido e compreendido pode ser um sinal de rebeldia futura. A adolescência é uma fase onde a necessidade de comunicar-se sobre si mesmo é alta, visto que é um processo de desenvolvimento psicológico muito grande.
Elementos do infante e da vida adulta se misturam, portanto, um olhar sobre si e sobre a própria psique necessita estar presente para um desenvolvimento mais saudável. Por isso essa comunicação deve versar entre o adolescente e a família e entre o adolescente e ele mesmo através da introspecção.
A Sexualidade na Adolescência
Há o descobrimento da sexualidade nessa fase, e a conversa sobre o próprio desejo é fundamental. Pais devem educar os filhos desde crianças para que se tornem adolescentes com mais conhecimento sobre a sua própria sexualidade.
Conversar sobre sexualidade não é somente oferecer informações, mas sim pôr o adolescente em contato com o seu desejo e com a forma com que se relaciona consigo e com os outros do sexo oposto.
Em alguns momentos, a necessidade de encontrar um namoro está inserida na ausência de vínculos afetivos no seio familiar. Nestes casos específicos, a saída está na busca de uma relação amorosa para a construção de laços afetivos compensadores da ausência familiar.
É importante que o Psicólogo busque orientar a família do adolescente quanto à educação sexual de seus filhos. A função desta tarefa não é apenas de informação, mas também de confrontação.
Isto possibilitaria ao adolescente pôr sob a fala alguma necessidade não satisfeita que é buscada inadequadamente numa relação amorosa.
A educação sexual deve ser uma conversa livre entre pais e filhos desde a infância com uma linguagem e conteúdos selecionados para cada faixa etária. Por educação sexual entende-se a temática que se estende desde a relação social com pessoas do sexo oposto até a relação amorosa.
Os Vínculos Entre Família e Adolescente
A natureza do laço social entre pais e adolescentes deve ser de amizade, de confiança e aceitação total de pensamentos, mas não de comportamentos – o que significa uma correção com amor e uma limitação com compreensão.
O entendimento da própria fase de vida é essencial. Para isso a técnica de espelhamento da fala, dos sentimentos e das emoções se torna útil. Adolescentes podem ser incompreendidos, visto que estão entre a responsabilidade da vida adulta e a saída da infância.
A rebeldia pode ser um sinal de busca pela autonomia. Deve-se lidar com isso através de conversa empática, mostrando que seu mundo é entendido e compreendido de forma total e eficaz.
Muitos pais falham com o aconselhamento desta fase, pois não fazem o primeiro passo de forma eficaz: demonstrar que os conflitos e questões psicológicas do adolescente são totalmente compreendidos e aceitos e não dialogam de forma livre sobre esse momento especifico de vida.
Muitos pais resistem em dialogar por receio de perder a autoridade sobre o adolescente. Dialogar e manter a autoridade em dia não são tarefas incompatíveis. Essa relação de autoridade e de limitação deve ser uma postura desde a infância, caso contrário, educar será uma tarefa mas difícil agora nessa fase de vida.
Um mito é que o adolescente não permite que se discorde dele, sendo rebelde e indomável. Esta não é uma característica que pertence somente a ele, mas pode ser resultado de uma relação interpessoal ineficaz, onde a empatia do adulto não está presente.
Perceber que os pais estão sendo empáticos é muito saudável para alguns adolescentes. Perceber que o adulto compreende e que entende totalmente a problemática apresentada por ele já pode ser uma boa garantia de que o comportamento desviante será corrigido.
Comportamentos Rebeldes
A empatia dos pais deve preceder a autoridade. Autoridade e empatia caminham juntas, mas em alguns casos se percebe o autoritarismo e antipatia na família, o que pode gerar estados de rebeldia no adolescente. Muitas vezes esse comportamento rebelde é sinal de incompreensão somente.
Portanto, em alguns casos se o adulto mostra-se na relação como um amigo empático essa rebeldia talvez se dissipe. Por vezes esse estado de rebeldia se extingue quando o adulto se mostra empático e neutro, sem criticas, mas com uma autoridade amiga e justa que conversa sobre o importante.
Não é a discordância dos pais em relação às atitudes do adolescente que vai proporcionar o estado de rebeldia, mas antes sim a incompreensão de seu estado psicológico atual, não deixando claro que o entende de forma plena.
A necessidade de ser entendido e aceito é muito maior do que a necessidade de autoestima por um grupo de fora da família. Portanto, alguns adolescentes vão buscar fora o que não possuem na família: a aceitação.
Isto pode ser o resultado da inabilidade de a família proporcionar ao adolescente um olhar sobre si mesmo e sobre seus sentimentos, ou seja, não saberem conduzir o adolescente para uma análise desse seu período de vida.
Vale deixar claro que compreensão e empatia não são sinais de libertinagem e liberalidade quanto à educação dos adolescentes, mas antes sim sinal de amor e de aceitação. Isto é tudo o que se precisa para esta fase da vida.
Como há uma personalidade em formação, os elementos da infância coexistem com os elementos da vida adulta. Responsabilidade e entretenimento coexistem. A família deve conversar com o adolescente sobre este momento de vida, apresentando ambas as características não como conflitantes, mas sim seu desequilíbrio.
Em alguns casos a Psicoterapia com adolescentes visa suprir o que faltou na família, em outros momentos municiar a família e em alguns casos fazer o papel que a família não pode alcançar por ter a situação de rebeldia saído do controle.
Adolescentes com Transtornos Específicos
Adolescentes vitimam de violências necessitam de um suporte emocional para elaborarem o trauma e para junto com os responsáveis darem o certo sentido dessa experiência invasiva que é o ato violento.
Não permitir que o adolescente forme pensamentos de generalização, tal como “todos os adultos são assim, desta forma, violentos” é o objetivo de uma relação terapêutica com adolescentes vítimas de violências.
A assessoria emocional e psíquica de um Psicólogo se torna necessária nesses casos. A evolução rumo à inserção social normal será lenta e gradativa e a simples presença de um adulto pode proporcionar o suporte de que precisa o adolescente.
Já adolescentes portadores de transtornos mentais específicos carecem tanto quanto um adulto de inserção social que vise o desenvolvimento de tarefas que proporcionem desenvolvimento da auto-estima e do sentido de pertença a num grupo especifico.
Numa situação de adolescentes portadores de transtornos mentais específicos, uma das tarefas de uma Psicoterapia é a de assessorar a inserção grupal e o relacionamento entre eles de forma saudável.
Desafios para a Educação de Adolescentes
Por fim, se percebe que essa é uma fase de vida que é marcada por preconceitos mútuos de adolescentes e de adultos. Uma fase de vida incompreendida e não-aceita tal como é. Uma fase de vida onde o ser humano é pressionado para ser aquilo que ainda não é e para deixar de ser aquilo que ainda não abandonou por completo: a fase adulta e a fase infantil respectivamente.
Relacionar-se com a adolescência é permitir-se parecer um pouco com eles, é permitir-se voltar no tempo e questionar-se sobre os conflitos específicos dessa fase e se despir dos preconceitos que cerceiam o entendimento integral dessa fase especifica de vida humana.
A Psicoterapia com o adolescente visa também assessorar o seio familiar no processo de educação do adolescente e possibilitar que se estabeleça um olhar crítico sobre as mútuas formas de comunicação, que se crie entendimento genuíno e a aceitação do processo de mudança.
Portanto, são esses os três fatores que podem ficar comprometidos na família quando há a presença de um adolescente: a comunicação familiar, o entendimento mútuo entre pais e filhos e a aceitação da autonomia do adolescente.
Restaurar isto é o objetivo principal de uma Psicoterapia com adolescentes e isso se faz no instante em que o Psicólogo possibilita ao adolescente expressar seus medos e receios das mudanças pelas quais está passando no momento.
O Psicólogo deve permitir que o adolescente – a partir da análise das relações sociais que estabelece e a partir da análise sobre os próprios sentimentos e pensamentos – que se perceba enquanto um ser em desenvolvimento de identidade.
Esta comunicação saudável deve permitir o esclarecimento dos contratos familiares. O entendimento deve proporcionar um contato mais próximo entre a vida afetiva de pais e filhos e a aceitação visa estreitar os laços familiares e dirimir o medo que os pais possuem de perder uma criança que agora se torna um adulto autônomo e portador das próprias escolhas.
O que é psicoterapia infantil?
Assim como os adultos as crianças também apresentam dificuldades pessoais e demonstram sentimentos e emoções de acordo com cada faixa etária. Identificar o sofrimento da criança e ajuda-la na busca de novos caminhos é o nosso principal objetivo.
Geralmente, os pais ou os professores encaminham a criança para um acompanhamento psicoterápico quando observam algum comportamento não usual que os preocupam. Alguns exemplos desses comportamentos são os comportamentos de bater, morder, chutar ou empurrar pessoas, destruir objetos, roubar e mentir em excesso. Os pais também se preocupam quando o filho é muito quieto, tem dificuldade pra fazer amigos, é muito tímido ou parece triste. Crianças que adoecem muito, crianças que não obedecem os pais, aquelas que tem dificuldades de aprendizagem ou de atenção, também podem ser ajudadas pela psicoterapia infantil. A terapia promove o exercício da observação do comportamento, para que os pais possam identificar se os comportamentos dos seus filhos são adaptativos ou não. Ao longo do processo psicoterápico, os pais aprendem a identificar as dificuldades de seus filhos e também suas potencialidades. O terapeuta conduz os pais na discussão das expectativas que têm a respeito dos comportamentos e dos sentimentos de seus filhos.
Alguns acontecimentos como a morte ou o adoecimento de algum membro da família, a separação dos pais, o casamento de um dos pais, o nascimento de um irmão, a mudança de cidade ou de escola, ter sofrido ou presenciado algum tipo de violência, influenciam a saúde psicológica da criança, que muitas vezes precisa de ajuda para identificar e compreender seus sentimentos e pensamentos sobre esses episódios marcantes de sua vida. A terapia infantil, portanto, é um momento no qual a criança é acolhida e ouvida, podendo expressar seu universo privado e aprender maneiras adaptativas de comunicar sentimentos como raiva, saudade, tristeza, frustração, medo, ansiedade e amor.
A participação dos pais é fundamental no processo terapêutico. O propósito da terapia é, muitas vezes, fornecer conhecimento e repertório comportamental aos pais, para que eles possam participar ativamente da melhora de suas interações com seus filhos. As relações entre pais e filhos podem ser marcadas por desobediência, birras, desentendimentos, discussões, brigas e punições, que acabam fazendo sofrer tanto os pais quanto os filhos. Essas condições familiares aversivas geram sentimentos de culpa, arrependimento e insegurança quanto à educação dos filhos. Interromper esse estilo coercitivo e punitivo das interações adulto-criança é o primeiro passo de mudança. Desse modo, os pais encontram na terapia orientações sobre maneiras alternativas de lidar com as dificuldades familiares.
Durante o atendimento à criança, o terapeuta infantil usa estratégias lúdicas como histórias, desenhos, colagens, pinturas, jogos, de acordo com a idade da criança, para criar um ambiente no qual ela se sinta à vontade. Por meio dessas atividades, o terapeuta tem oportunidade de conhecer melhor a criança, seus pensamentos, sentimentos e comportamentos.
Assim como no caso dos adultos, a psicoterapia infantil pode ser realizada individualmente ou em grupos.
Baseado do artigo de Yvanna A. Gadelha-Sarmet
quarta-feira, fevereiro 02, 2011
Psicoterapia individual ou em grupo?
Quando se deve procurar uma Psicoterapia?
Quando de alguma forma o indivíduo não está satisfeito com o andamento de sua vida, não está feliz, ou está vivendo algum sofrimento e não consegue superá-lo, nesse contexto um facilitador pode poupar tempo e energia.
Por que a Psicoterapia funciona?
Pela complexidade do tema existem centenas de livros e pesquisas explorando e explicando porque a psicoterapia funciona. Mesmo assim, como simples exercício de compreensão, vamos listar alguns motivos para explicar a efetividade da psicoterapia, dos mais simples aos mais complexos.
No início da lista, como num continuum , temos aqueles motivos que são comuns a outras relações de ajuda, mesmo não profissionais, como uma conversa íntima com um amigo, uma conversa sobre um problema pessoal com um professor, um médico, etc.
1- Ao dividir um problema, você passa a ter "meio problema". Ou seja, compartilhar ajuda a aliviar a carga emocional e o sofrimento
2- Os vínculos de ajuda têm um poder curativo. É mais fácil superar muitas dores através de uma relação autêntica de respeito mútuo do que sozinho. A relação terapêutica é uma relação de ajuda, de compreensão e apoio.
3- A psicoterapia faz você parar para refletir sobre a própria vida. Parar, observar e refletir permite muitas mudanças de orientação, sentido, rumo e aprofundamento da experiência de vida.
4- O psicólogo clínico (psicoterapeuta) é um outro, com o olhar e a perspectiva de um outro, o que lhe ajudará ver a sua vida de um modo diferente, lhe fazer perguntas diferentes, ajudá-lo a perceber as coisas de um ângulo que você não tinha visto antes e nem suspeitava ser possível.
5- O psicoterapeuta conhece teorias psicológicas que ajudam na compreensão do que ocorre com você, auxiliam a identificar o que pode estar errado em sua vida, a direção que você está seguindo e as mudanças de rumo necessárias. A partir de seu conhecimento o psicólogo pode apontar o que olhar, como olhar e o que fazer com o que se descobre, para que estas descobertas possam ser construtivas em sua vida.
6- O psicoterapeuta conhece métodos de investigação que tornam possível descobrir aspectos da sua personalidade que seriam inacessíveis a uma observação não treinada. Há um amplo repertório de técnicas de investigação da personalidade que permitem esclarecer problemas de modo extremamente eficaz.
7- O psicoterapeuta domina técnicas terapêuticas que permitem ajudá-lo a realizar mudanças profundas na existência.
8- O psicoterapeuta está preparado para compreender você a partir do vínculo que você estabelece com ele, das respostas emocionais que você suscita nele. Em seu treinamento ele afinou a si mesmo como instrumento de trabalho para reconhecer pequenas nuances do que você mostra na relação com ele (e consequentemente com os outros) e assim poder compreender seus modos de vinculação e suas dificuldades em relacionamentos.
9- O psicoterapeuta é capaz de oferecer uma presença autêntica na relação com você. Esta relação funciona como catalisador de processos de mudança necessários em sua vida, incluindo a superação dos efeitos de traumas de relacionamentos anteriores.
10- O psicoterapeuta passou por todos estes passos anteriores, tendo estado em todos os papéis, como cliente, como profissional e como observador, o que o habilita a "sentir-se em casa" em situações difíceis e poder caminhar por terrenos inóspitos, cheios de sofrimento e problemas emocionais e saber encontrar um caminho de melhora para o seu cliente.
Certamente esta lista poderia ser estendida, mas o objetivo aqui, é ilustrar o trabalho da Psicologia Clínica numa linguagem diferente daquela do universo teórico, técnico e científico habitual na Psicologia.
Psicoterapia
É um processo conduzido por especialistas no qual o indivíduo amplia a consciência que tem de si mesmo, aprendendo com suas dificuldades e sentimentos, se desenvolvendo como pessoa.
Este serviço pode ser oferecido individualmente e em grupo, para crianças, adolescentes, adultos e idosos. Além do trabalho realizado em consultório também há o home care para pessoas com dificuldades de locomoção.
A psicoterapia é também um espaço favorável ao crescimento pessoal, um lugar/tempo/modo privilegiado de criar intimidade consigo mesmo, de estabelecer diálogos construtivos, abrir novos canais de comunicação, de transformar padrões estereotipados de funcionamento, restabelecendo o processo formativo e criativo de cada um. Oferece uma oportunidade de compreender e mudar os padrões de vinculo e relação interpessoal.
A psicoterapia ocupa hoje um lugar fundamental na área da saúde, por trazer uma visão integrada do homem, considerando as dimensões orgânicas, psíquicas e sociais conjuntamente participantes na produção da existência humana e de seus problemas.
Em alguns casos, a Psicoterapia cumpre também uma função de educação para a vida. Esta é uma área pouco considerada em nossa cultura, porém evidente quando as pessoas se vêem inaptas para lidar com situações como crises conjugais, desemprego ou envelhecimento, por exemplo.
A psicoterapia é um espaço especial de atenção às dificuldades da vida e aos caminhos internos para solucioná-los. Seus resultados demonstram uma grande potência de transformação de vidas. Todos os últimos avanços na área da Psicologia e Psicoterapia têm permitido alcançar resultados cada vez maiores e mais significativos.
OS PRAZOS VARIAM COM OS OBJETIVOS
No geral, os prazos de tratamento são relativos aos objetivos almejados e as circunstâncias existenciais de cada pessoa. Há vários desenvolvimentos recentes em psicoterapias breves, que são focadas em objetivos.
Há casos que demandam um trabalho terapêutico mais demorado, envolvendo questões mais profundas. Estes trabalhos podem demandar meses ou anos de trabalho, compensados por ajudas significativas que o trabalho psicológico pode trazer.
Algumas pessoas encontram na terapia um lugar fundamental de acompanhamento de seu processo de vida, onde são trabalhadas transformações mais profundas ao longo de vários anos. São situações em que o processo terapêutico não tem um prazo definido e segue em comum acordo entre o psicoterapeuta e o cliente.
Apesar de poder parecer, à primeira vista, um tratamento oneroso em termos de tempo e dinheiro, a psicoterapia tem se mostrado, na realidade, um modo econômico de tratamento. Pesquisas indicam, por exemplo, que a psicoterapia diminui os índices de consumo de medicamentos e de internações hospitalares. A psicoterapia tem se mostrado também um tratamento economicamente compensador por prevenir e tratar problemas psicológicos que, quando não tratados adequadamente, trazem enormes prejuízos econômicos para as pessoas e família
AS VÁRIAS APLICAÇÕES DA PSICOTERAPIA
Vários estados de sofrimento, crises, transtornos e doenças têm encontrado uma solução e melhora apenas com o auxílio da psicoterapia.
Não é possível hoje se falar em doenças sem uma consideração pela dimensão psicológica e emocional. Cada vez está mais evidente a natureza psicossomática de todas as experiências humanas. A saúde psicológica é pré-condição e parte integrante da saúde global.
Cada pessoa vive uma história de interações, encontros e acontecimentos em que as doenças (orgânicas ou mentais) resultam também dos desequilíbrios existenciais e de soluções inadequadas de vida.
A psicoterapia é um processo que permite transformações profundas da personalidade, com resultados evidentes em diversas situações como:
- tratamento de vários transtornos como pânico, fobias, depressão, anorexia, bulimia, frigidez, impotência, etc.
- resolução de conflitos pessoais, interpessoais, conjugais, familiares, profissionais etc.
- crises existenciais, transições difíceis (luto, crises profissionais, etc) e mudanças de fases de vida (puberdade, adolescência, vida adulta, menopausa, envelhecimento, etc.)
- aprendizado do auto-gerenciamento, da capacidade lidar com o estresse, dialogando com os estados afetivos internos e os efeitos dos desafios e problemas da vida.
- descoberta de novos modos de conduzir a própria vida.
- aquisição de auto-conhecimento, autonomia e amadurecimento pessoal.
- recuperação de todos os tipos de doenças.
Há alguns tipos de psicoterapias, conforme as necessidades e a configuração dos problemas.
Os principais tipos são:
- Psicoterapia Individual para: crianças, adolescentes, adultos e idosos.
- Psicoterapia de Grupo
- Psicoterapia de Casal
- Psicoterapia de Família
- Atendimento Emergencial (Plantão Psicológico)
A Psicologia e a Web
do seu ideal, neste particular a difusão de idéias e a qualidade da informação são altamente importantes.